Apenas sete dias após anunciar o fim de uma parceria de 27 anos com a Reuters em busca de ‘maior independência’ nas notícias, a CNN sentiu a falta que uma agência de notícias faz. Na sexta-feira (7/9), a Reuters obteve um vídeo de Osama bin Laden e distribuiu a gravação para seus clientes, entre eles as emissoras – e maiores rivais da CNN – Fox News e MSNBC.
Um correspondente da CNN conseguiu uma transcrição da mensagem do líder da al-Qaeda e usou imagens de arquivo para dar a notícia. Mas como televisão depende primordialmente de estímulos visuais, a CNN continuou sua cobertura noticiosa regular enquanto Fox News e MSNBC exibiam incessantemente a fita de bin Laden como ‘furo’.
Atraso
Ao explicar, uma semana antes, o cancelamento do contrato com a Reuters, o executivo Tony Maddox afirmou que a CNN faria investimentos significativos para aumentar sua apuração de notícias e reduzir a dependência em agências externas. Sem o serviço, a emissora ficou em uma situação complicada. Por um acordo com a emissora al-Jazira, do Catar, a CNN pôde exibir o vídeo de bin Laden com meia hora de atraso com relação às rivais – o que, para TV, é uma eternidade. Curioso é que a própria al-Jazira transmitiu o vídeo da Reuters.
Megan Mahoney, porta-voz da CNN, minimizou os problemas com o atraso. ‘O importante é avaliar minuciosamente esses tipos de vídeo antes de levá-los ao ar, o que temos feito ao longo dos anos’, afirmou. Informações de Brian Stelter [New York Times, 10/9/07].