Os investidores do Africa Channel, canal a cabo que deverá ser lançado em julho deste ano nos EUA, têm como objetivo principal mudar a forma como o chamado ‘continente negro’ é representado no país. ‘Queremos transformar a maneira como as pessoas pensam sobre a África’, resume Jacob Arback, ex-vice-presidente da divisão internacional da DirectTV e co-fundador do projeto – que já vem sendo arquitetado há três anos.
O plano é de desmistificar o continente africano aos olhos do público americano contando sua história e sua cultura, reporta Nick Madigan [The New York Times, 28/3/05]. ‘Não estamos querendo dizer que não há aspectos negativos’, diz o zimbabuano James Makawa, outro fundador do canal. Ele defende, entretanto, que apesar das imagens predominantes de fome, doença e genocídio em algumas nações africanas, o continente tem outros pontos positivos a serem mostrados.
O Africa Channel terá uma programação bastante diversificada. De filmes a atrações musicais, programas de variedades e reality shows, o canal já possui os direitos de exibição de 1.200 horas de programação produzida – e que já foi transmitida – em países africanos, especialmente na África do Sul. Alguns programas de notícias, como o Africa Today, serão feitos especialmente para a emissora.
Junto com Makawa e Arback, trabalha Richard Hammer, ex-executivo da Columbia Pictures Television. Segundo ele, os contratos com operadoras de TV a cabo nos EUA estão próximos a ser fechados. Os esforços dos três sócios contam ainda com a ajuda de Andrew Young, ex-embaixador das Nações Unidas, que participa do Conselho do canal. Também investem no projeto dois jogadores da NBA, liga americana de basquete: Dikembe Mutombo e Theo Ratliff.
‘Só vemos más notícias vindas da África’, justifica Young a importância do novo canal. ‘Os canais a cabo nos EUA contam a mesma história repetidamente, mas há muitas outras coisas interessantes acontecendo no continente’.