A expectativa era grande na noite de terça-feira [12/10], quando o primeiro dos 33 homens presos em uma mina no Chile foi puxado de mais de 600 metros subterrâneos para voltar à vida. ‘Nunca um homem ficou embaixo da terra por tanto tempo e saiu vivo’, lembrou o âncora da CNN Anderson Cooper diante da cena. Foram 69 dias de angústia – por conta de uma explosão que bloqueou a saída da mina – até o final feliz. Em menos de 24 horas, todos os mineiros foram resgatados, em uma operação de sucesso absoluto comemorada pelo presidente chileno, Sebastian Piñera, presente durante todo o trabalho de resgate.
Todas as emissoras de notícias a cabo americanas transmitiram a saída do primeiro homem e continuaram a exibir os outros resgates no meio de sua programação. A britânica BBC também acompanhou por horas a operação, assim como a CNN International e a Al-Jazira English. No Brasil, a Globo News interrompeu a programação regular para exibir o resgate. Às 18hs de quarta-feira, horário de Brasília, a apresentadora Leilane Neubarth anunciou que a cobertura ininterrupta já durava 24 horas.
Em artigo no New York Times [13/10], Brian Stelter definiu a sensação: é como acompanhar um reality show. Milhões de pessoas em todo o mundo – via televisão ou internet – o fizeram. A maior parte das imagens dos mineiros resgatados e suas famílias foi fornecida pela TV estatal chilena, que abusou de closes emocionados de esposas e filhos que, com os olhos cheios d’água, esperavam ansiosos pela chegada da cápsula que traria seu marido e pai. Quinze minutos pareciam uma eternidade, para eles e para os telespectadores que acompanhavam a câmera alternar entre a corda que subia de um buraco na terra e seus rostos apreensivos. ‘Eu acho que nós, como mundo, precisamos disso’, afirmou Kerry Sanders, correspondente da NBC News. Adam Housely, correspondente da Fox News, completou a ideia: o resgate ‘nos une’.