O Equador driblou as pressões britânicas e anunciou na quinta-feira (16/8) que concedeu asilo político a Julian Assange. O fundador do WikiLeaks passou os últimos dois meses abrigado na embaixada equatoriana em Londres para evitar sua extradição para a Suécia. Assange passou pouco mais de um ano em prisão domiciliar na Inglaterra esperando a decisão da justiça britânica sobre a extradição. A Suécia quer que o ciberativista vá ao país responder a um interrogatório – ele é acusado de abuso sexual por duas mulheres.
Em maio, a Suprema Corte britânica decidiu pela extradição. Assange buscou então ajuda do Equador. Desta forma, autoridades equatorianas podem protegê-lo da prisão, mas somente enquanto ele estiver em território equatoriano. Ele poderia ser preso pela polícia britânica, então, ao deixar a embaixada para se dirigir ao aeroporto ou a uma estação de trem.
Defensores de Assange alegam que o processo sueco tem motivação política e é apenas um pretexto para que ele seja mandado aos EUA, onde poderia ser julgado pelos vazamentos de documentos confidenciais do governo. O ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, afirmou que há indícios de perseguição política no caso de Assange e que ele correria o risco de não ter um julgamento justo nos EUA, podendo enfrentar condenação por pena de morte. Informações de William Neuman e Maggy Ayala [The New York Times, 16/8/12].