A equipe inteira do jornal Kalemeh Sabz, que pertence ao político iraniano Mir-Hossein Mousavi, foi presa em ato de pressão aos jornalistas que cobrem os protestos contra o resultado da eleição presidencial de 12/6, que reelegeu Mahmoud Ahmadinejad. Mousavi disputou o pleito com o atual presidente. No total, 25 funcionários do diário foram presos, noticiou Oliver Luft [The Guardian, 26/6/09].
O Kalemeh Sabz parou de ser publicado no dia 13/6, mas deveria voltar a ser distribuído em 23/6, se a redação não tivesse sido invadida por agentes do gabinete da promotoria de Teerã. Na semana passada, 180 jornalistas iranianos escreveram uma carta aberta aos líderes do Irã, protestando contra o estado ‘crítico e deplorável’ da mídia no país.
Críticas à censura
A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras condenou a ação e lembrou que, desde o dia 12/6, 40 jornalistas foram presos no Irã. Um deles, Iason Athanasiadis-Fowden, de nacionalidade britânica e grega, foi detido quando tentava deixar o país. Ele trabalha como repórter do jornal conservador americano Washington Times.
O secretário das Relações Exteriores britânico, David Miliband, confirmou que a embaixada do Reino Unido estava em contato com autoridades iranianas para falar sobre Athanasiadis-Fowden. Miliband disse também que o governo da Grécia estava liderando o caso, pois o jornalista viajava com passaporte grego. Na semana passada, o Ministério do Exterior iraniano acusou a BBC e a Voz da América de atuarem como porta-vozes de seus respectivos governos e de procurarem orquestrar os protestos realizados após a eleição presidencial.
O governo do Irã também ameaçou tomar ações severas contra as redes de TV e rádio britânicas, caso elas continuassem a ‘interferir’ nos assuntos domésticos. A ameaça veio após o anúncio de que o Serviço Mundial da BBC aumentaria o número de satélites que usa para transmitir notícias em persa e estenderia as horas de transmissão, a fim de combater a interferência do governo do Irã.