A organização Repórteres Sem Fronteiras [23/6/05] condenou o tratamento dado pela Segurança do Estado de Cuba aos jornalistas independentes Osmel Sánchez Lopez, Ernesto Roque e Ana Rosa Veitía.
No dia 18/6, Lopez foi convocado pela polícia política a depor por três horas, intimado a parar suas atividades e proibido de ver o chefe da fundação de direitos humanos Juan Carlos González Leyva – caso contrário seria detido por quatro anos por periculosidade pré-delinqüente social. O jornalista disse aos Repórteres Sem Fronteiras que não foi maltratado fisicamente, mas ouviu gritos, insultos e ameaças durante o interrogatório, que aconteceu em uma província na parte central de Cuba.
Ernesto Roque e sua esposa, Ana Rosa Veitía, membros da União dos Jornalistas e Escritores Independentes (UPECI), foram detidos e interrogados separadamente por seis agentes de segurança, no dia 21/6, em Havana. O casal foi intimado a entregar documentos relacionados a um encontro da Federação Latino-Americana de Mulheres Rurais (FLAMUR), da qual Ana Rosa é presidente, que estava marcado para o dia 25/6. Uma busca foi realizada na casa dos jornalistas, onde foram apreendidos câmeras fotográfica e de vídeo, remédios, dinheiro e comida. Um dos agentes disse a eles que as autoridades os preveniram para não realizar o encontro.
A organização afirmou em seu sítio que jornalistas cubanos continuam sendo ameaçados porque querem fazer seu trabalho sem interferência do governo. Uma das estratégias usadas para desmoralizar os jornalistas independentes – 21 deles ainda estão presos em condições precárias – tem sido detê-los repentinamente, interrogá-los, ameaçá-los e apreender seus equipamentos.