Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Estudante condenado à morte por insultar o Islã

O estudante de jornalismo afegão Sayad Parwez Kambaksh, de apenas 23 anos, foi condenado à morte, nesta terça-feira (22/1), por distribuir um jornal – conseguido na internet – que discordava do Islã. O julgamento ocorreu na província de Balkh, ao norte do país, e a decisão coube a um painel de três juízes.


A família do estudante, que também trabalha como repórter no jornal Jahan-e Naw, criticaram o veredicto e denunciaram que ele não teve direito a um advogado durante o julgamento. Líderes religiosos faziam pressão para que o jovem fosse punido. O caso segue agora para o tribunal de apelações. Kambaksh, preso desde outubro, permanecerá sob custódia durante o restante do processo.


Perdão


O caso teve início quando Kambaksh discutiu o conteúdo do jornal com seu professor e colegas de classe na Universidade Balkh. Diversos alunos fizeram reclamações ao governo sobre o ocorrido. O estudante chegou a ser acusado de ser o autor do polêmico artigo, onde era dito, entre outras coisas, que o profeta Maomé ignorava os direitos das mulheres. O irmão de Kambaksh, Yacoubi Brahimi, afirmou que o texto, de autoria de um iraniano, foi copiado da internet.


A única pessoa que pode perdoar Kambaksh é o presidente afegão, Hamid Karzai, já que ele confessou ter violado os princípios do Islã. Na semana passada, em carta a Karzai, Hans Gert Poettering, presidente do Parlamento Europeu, fez um apelo para que a vida do jovem fosse poupada. Informações de Amir Shah [AP, 22/1/08].