Foi divulgada esta semana a sexta edição do The State of the News Media, estudo publicado anualmente pelo Project for Excellence in Journalism sobre o estado da mídia dos EUA. É também a edição com resultados mais desanimadores, pois confirma perdas massivas de emprego, queda nos lucros publicitários e nas receitas. Para os coordenadores do estudo, o tempo para que a indústria jornalística descubra um modelo de negócios efetivo está se esgotando.
Eles afirmam que os lucros publicitários dos jornais americanos caíram 23% nos últimos dois anos, sendo os responsáveis pelos maiores cortes na indústria. Quase um em cada cinco jornalistas da mídia impressa em 2001 não está mais no emprego e este ano pode ‘ser pior ainda’ no que se refere às demissões. As revistas semanais são os veículos em pior situação. Segundo Tom Rosenstiel, diretor do Projeto, ‘o problema dos jornais é fundamentalmente de lucros, e não de audiência’.
Ano perdido
A severa recessão econômica acelerou o declínio financeiro. De acordo com o relatório, 2008 foi ‘um ano perdido e 2009 parece ser semelhante’. Para piorar a situação, mais leitores migraram para a internet em 2008, com o número de visitantes aos 50 maiores sítios de notícias crescendo 27%. Ao mesmo tempo, a quantidade gerada de lucros publicitários online estacionou. Pelo menos a curto prazo, uma maior audiência online piorou o cenário dos sítios de notícias. ‘O modelo de anúncios que financiou o jornalismo no último século será inadequado neste século. Especialistas acreditam que não haverá mais lucros com classificados em cinco anos’, diz Rosenstiel.
Na TV local, as equipes – já reduzidas – estão tentando se adequar para conseguir cobrir as notícias de sua região. Os lucros publicitários neste meio caíram, em 2008, 7% – levando-se em conta de que se tratava de um ano de eleições presidenciais. A pesquisa também relatou algumas tendências, como a migração do poder das organizações de mídia para o indivíduo, por conta de ferramentas como e-mails, blogs e redes sociais. Informações de Jennifer Saba [Editor&Publisher, 16/3/09], Charles Cooper [CNET News, 16/3/09] e Robert MacMillan [Reuters, 16/3/09].
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