O instituto de pesquisas americano Pew Research Center divulgou um estudo sobre o impacto das redes sociais online na vida em sociedade. É a primeira pesquisa de âmbito nacional a avaliar como os americanos adultos usam os sites de relacionamentos. Foram entrevistadas 2.255 pessoas – 1.787 delas internautas e 975 membros de redes sociais como Facebook, LinkedIn, MySpace e Twitter – entre outubro e novembro de 2010.
O estudo teve como base uma pesquisa do Pew de 2009 sobre tecnologia e isolamento, que concluiu que, ainda que haja uma pequena relação entre o declínio no número e diversidade das relações sociais desde o advento das tecnologias digitais, este declínio não é causado diretamente pela internet.
A nova pesquisa corrobora os resultados da anterior. O uso de redes sociais entre os americanos dobrou desde 2008. Ainda assim, não há evidências concretas de que pessoas que usam estas redes tenham menos relações sociais fora da internet. No estudo de 2009, para medir o quanto as pessoas confiam nas pessoas com quem convivem, o Pew perguntou: “De maneira geral, você diria que a maior parte das pessoas é confiável ou que você deve ser cauteloso ao lidar com as pesssoas?”. Na ocasião, apenas 32% dos entrevistados responderam que as pessoas são confiáveis. Na pesquisa deste ano, este número subiu para 41%. Entre os usuários de internet, ele chegou a 46%, enquanto apenas 27% dos não usuários responderam a mesma coisa.
Confiança na rede
Junto com estes resultados, devem ser levados em conta fatores demográficos. Educação e raça tendem a afetar os níveis de confiança nas pessoas – independente de ferramentas comunicativas. Ainda assim, o Pew ressalta que os internautas têm duas vezes mais chances de achar que a maior parte das pessoas é confiável do que quem não acessa a internet. Haveria, também, uma relação entre o tempo gasto nas redes sociais e a confiança nas pessoas. Membros do Facebook que entram no site diversas vezes por dia têm 43% mais chances do que os outros internautas de confiar nas pessoas.
A pesquisa também aponta para uma relação entre o uso das redes e o engajamento político. Levando em conta, claro, que idade, gênero e educação são os fatores mais determinantes para se avaliar o engajamento político, o Pew concluiu que internautas – e especialmente membros do Facebook – têm mais probabilidade de se envolver na política do que pessoas com os mesmos fatores demográficos mas não usuárias da internet. Internautas têm quase duas vezes e meia mais chances de participar de manifestações políticas, 78% mais chances de terem tentado influenciar o voto de alguém, e 53% mais chances de ter votado ou tido a intenção de votar – nos EUA o voto não é obrigatório – do que as pessoas que não acessam a internet. De novo, este número cresce ainda mais quando se trata de usuários do Facebook. Com informações do Nieman Journalism Lab.
O estudo do Pew pode ser lido aqui (em inglês).