Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

EUA monitoram correspondentes, acusa FIJ

A Federação Internacional dos Jornalistas, entidade que representa mais de 600 mil profissionais de imprensa em 123 países, acusa o Exército dos EUA de monitorar jornalistas que cobrem a guerra do Afeganistão para avaliar se eles são a favor da causa americana. Correspondentes que buscam proteção dos militares para viajar ao Afeganistão seriam primeiro analisados pelo Rendon Group, companhia de relações públicas com sede em Washington, para determinar como sua cobertura do conflito apresenta a atuação do Exército. ‘O monitoramento de jornalistas compromete a independência da mídia’, afirma Aidan White, secretário-geral da FIJ. ‘Isto apaga qualquer intenção do Exército de ajudar os jornalistas a trabalharem livremente’.


A acusação foi feita após a publicação, no dia 24/8, de um artigo no Stars and Stripes, diário independente que cobre o Exército, informando que jornalistas estariam sendo ‘vigiados’ pelo Rendon Group. Segundo a matéria, a empresa ‘ganhou notoriedade’ antes da invasão americana do Iraque, em 2003, por ‘colaborar com a criação do Congresso Nacional Iraquiano, grupo de oposição financiado pela CIA que forneceu a informação falsa sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque, argumento usado pela administração do ex-presidente George Bush para justificar a invasão’.


Na opinião de Roberta Reardon, presidente da Federação Americana dos Artistas de Rádio e TV, se os ‘militares pré-aprovarem apenas alguns jornalistas para divulgar um ponto de vista específico, nossas decisões não podem ser feitas de maneira independente ou livre, e isto ameaça a democracia’. É o que também pensa Bernie Lunzer, presidente do sindicato Newspaper Guild. ‘O monitoramento corrói a habilidade de reportar, objetivamente e sem a censura do governo, a verdade’, resume. Informações da AP [26/8/09].