Eric Schmidt, presidente do Conselho do Google, afirmou esta semana que tem orgulho do que a empresa alcançou nos últimos anos, mas disse se arrepender de ter se atrasado para a revolução da mídia social. Schmidt deixou o posto de executivo-chefe do Google em 2011, após uma década no comando da gigante de buscas.
Ele reconheceu que a chegada tardia do Google nas redes sociais, com o Google Plus, fez com que o Facebook e outras redes saíssem na frente em popularidade e número de membros. Ainda assim, o ex-CEO defendeu a rede do Google, dizendo que, quando foi lançada, ela estava pronta para competir. “Eu acho importante que o Google jogue em todas as tecnologias da internet”.
Nova dinâmica
Segundo ele, os chamados “Quatro Grandes” da internet – Google, Facebook, Amazon e Apple – vivem competindo em diferentes áreas. Para Schmidt, funciona assim: a Apple, dona do iPhone e do iPad, é ameaçada pelo Android, sistema operacional do Google para plataformas móveis; a loja virtual Amazon tem rivais no setor de e-commerce; o Google luta contra a Microsoft e agora o Facebook compete com o Google Plus.
“A peça chave para cada uma destas empresas é a proporção na qual elas continuam a inovar para resolver problemas que realmente importam para o usuário final”, disse. “Antes, a indústria era amplamente guiada pela estrutura monopolizadora da Microsoft em termos de fabricantes de hardware para PC, mas agora isso foi completamente quebrado por esta nova imersão de tablets e telefones com muitas escolhas diferentes. Eu acho isso ótimo”.
Liberdade na rede
Schmidt ressaltou a importância de uma internet aberta e acessível. “É natural para um político apenas querer cobertura positiva sobre si próprio”, disse o ex-CEO, que recentemente esteve na Coreia do Norte. “O que a internet diz é que você tem que governar mais abertamente. Você precisa ser honesto; você precisa informar às pessoas o que está fazendo; e você precisa desenvolver uma confiança diante de toda a mídia, o que inclui a internet. Os políticos que fazem isso estarão bem. Os políticos que tentarem encerrar as críticas serão, no fim das contas, postos para fora, pelo menos em uma democracia”.
Sobre o futuro do Google, ele aposta no sucesso do Android e do Google Glass – óculos que projetam informações na própria lente. Ainda não se sabe exatamente qual seria o melhor uso para os óculos. “Mas sabemos que irá dar abertura a uma nova série de aplicações para o comportamento humano, de um jeito ou de outro”, afirmou.