A ex-modelo Heather Mills, que por muito tempo foi alvo dos tabloides britânicos por conta de seu casamento – e turbulento divórcio – com o ex-Beatle Paul McCartney, afirmou na quarta-feira (3/8) à BBC que um jornalista do grupo de mídia Trinity Mirror, que publica os jornais Daily Mirror e Sunday Mirror, teria admitido para ela que grampeou mensagens de seu telefone celular para tentar obter informações para matérias.
Segundo Heather, o jornalista ligou para ela e começou a citar frases das mensagens de sua caixa postal. Ela o confrontou, dizendo que era óbvio que ele havia invadido seu telefone e que, se ele publicasse algo, ela iria à polícia. O jornalista então admitiu que havia ouvido as mensagens dela, mas concordou em não publicar as informações obtidas ilegalmente.
Heather afirmou que não foi o jornalista Piers Morgan que ligou para ela – a identidade da pessoa não foi divulgada. Morgan, que ficou famoso como jurado dos programas de calouros Britain’s Got Talent e America’s Got Talent, hoje tem um programa de entrevistas na rede de notícias americana CNN. Até 2004, ele era editor do Daily Mirror – Heather alega que o episódio ocorreu em 2001. Desde o início do escândalo dos grampos no tabloide News of the World, do grupo News Corp, Morgan tem sido questionado sobre possíveis grampos no jornal que dirigia, mas nega que tenha ordenado ou tomado conhecimento de qualquer prática ilegal, ou que tenha publicado matérias com informações obtidas por grampos.
Morgan divulgou declaração refutando a alegação de Heather e aproveitando para alfinetá-la. “O que eu sei é que Sir Paul McCartney afirmou que Heather Mills interceptou ilegalmente seus telefones e vazou conteúdo confidencial para a mídia. Isso foi documentado, e foi declarado no processo do divórcio deles”.
Heather afirmou recentemente que considera abrir uma ação contra o News of the World depois que a polícia confirmou que o número de seu telefone celular e outras informações foram encontradas em um dos cadernos de anotações do detetive particular Glenn Mulcaire, que trabalhava para o tabloide.
A deputada Therese Coffey, membro do comitê que investiga o caso dos grampos telefônicos no Reino Unido, afirmou que acha as declarações de Heather Mills “muito fortes”. “Apesar da credibilidade dela estar sendo atacada, como ocorreu no passado, não há dúvidas de que ela sente que sua privacidade foi violada”. Therese pediu a Morgan – que hoje mora nos EUA – que vá ao Reino Unido colaborar com o inquérito por conta de novas evidências. Informações do Guardian [3/8/11].