Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ex-colega de Assange planeja criar site rival

Um ex-colega de trabalho do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, tem planos de lançar um site concorrente chamado OpenLeaks, que ajudará fontes anônimas a divulgar material de temas polêmicos na mídia, noticia Louise Nordstrom [AP, 10/12/10]. Em um documentário exibido pela emissora sueca SVT, o ex-porta-voz do WikiLeaks Daniel Domscheit-Berg disse que o novo site será uma plataforma para fontes anônimas, funcionando como uma ponte para os meios de comunicação parceiros. ‘O OpenLeaks é um projeto de tecnologia que tem como objetivo ser um fornecedor de serviços para terceiros que queiram aceitar material de fontes anônimas’, explicou.

Desde que o WikiLeaks ganhou notoriedade internacional, há uma especulação de que surjam sites semelhantes. Segundo Jesper Huor, repórter da SVT, o OpenLeaks será lançado em breve na Alemanha.

Críticas e ataques

O lançamento do site acontece em um momento de pressão tanto para o WikiLeaks quanto para Assange, depois da publicação de 250 mil documentos secretos da diplomacia americana no mês passado. O site sofreu ataques e Assange, que está preso no Reino Unido sob acusação de crimes sexuais, chegou a ser ameaçado. Empresas como Swiss Postfinance, MasterCard, Visa e PayPal, dentre outras, cortaram maneiras de se fazer doações ao grupo, o que impossibilitou a arrecadação de dinheiro.

Domscheit-Berg, que durante o tempo em que ficou no WikiLeaks usava frequentemente o pseudônimo Daniel Schmitt, disse ter deixado o projeto por discordar do que descreveu como ‘falta de transparência’ no processo de tomada de decisão do grupo. ‘Se você defende a transparência para outros, você mesmo deve ser transparente. Você deve ter os mesmos padrões que espera de outros e acho que não estávamos indo mais na mesma direção’, afirmou. Segundo ele, o principal problema era como o WikiLeaks começou a lidar com grandes vazamentos, como os 400 mil documentos secretos sobre a guerra no Iraque e os 76 mil da guerra do Afeganistão, em 2010. ‘Acho que o mais sensato teria sido fazer isto de maneira devagar, passo a passo, para fazer o projeto crescer. Isto não aconteceu’.