Magnatas da mídia se reuniram na semana passada em uma conferência em Sun Valley, nos EUA, para discutir como reconfigurar modelos de negócios que foram erodidos pela internet e como obter lucros com a distribuição de notícias e entretenimento online e em aparelhos móveis. O clima do encontro foi pessimista. Grande parte das discussões abordou a questão ‘conteúdo pago versus gratuito’. O desafio, segundo os empresários, é como lucrar em um momento em que os consumidores estão cada vez mais acostumados com conteúdo online gratuito.
Iniciativas como a TV Everywhere, da Time Warner, e a On Demand Online, da Comcast, tentam preservar o modelo de negócios tradicional ao oferecer programas na rede para assinantes de TV a cabo pagos e autenticados. ‘Autenticação é um passo intermediário interessante e é algo que estamos analisando’, afirmou David Zaslav, executivo-chefe da Discovery Communications Inc, proprietária do canal Discovery Channel.
Executivos de TV não querem repetir a experiência de seus colegas de jornais e música, que atualmente têm problemas para cobrar por conteúdo na rede. Hoje, o canal online Hulu, parceria da News Corporation, NBC Universal e Walt Disney, oferece filmes e programas gratuitamente na internet, mas existe um movimento para a criação de um modelo pago.
Mídias sociais
Por outro lado, empresários da mídia tradicional ainda temem investir nas redes sociais. Apesar de extremamente populares entre os internautas, sítios como Facebook, Twitter e LinkedIn ainda não possuem um modelo de sucesso para ganhar dinheiro. Combinações das novas com as velhas mídias, como fez a News Corporation com a compra do MySpace, por US$ 580 milhões, oferecem motivos para se preocupar. A popularidade do sítio foi superada pela do Facebook e seu acordo publicitário de US$ 800 milhões com o Google chega ao fim em janeiro de 2010. O Facebook, por sua vez, dobrou o número de usuários ativos em oito meses para 200 milhões, e o número de visitantes americanos do Twitter cresceu 83% de março para abril.
Com toda esta popularidade, o conteúdo gerado por usuários de redes sociais começou a ganhar ares de legitimidade. Membros do Twitter e usuários do sítio de compartilhamento de vídeos YouTube usam as ferramentas para divulgar notícias instantaneamente – como pôde ser verificado nos protestos pós-eleições no Irã. ‘Todos estão falando sobre o Twitter e usando a ferramenta’, avalia o presidente da Liberty Media Corp, John Malone. ‘No entanto, é difícil pensar em uma base publicitária para o Twitter’. Informações do Market News [10/7/09] e de Yinka Adegoke [Reuters, 11/7/09].