Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Exército dos EUA liberta fotógrafo da AP

O fotógrafo iraquiano Bilal Hussein, da Associated Press, foi libertado na quarta-feira (16/4) após dois anos sob custódia do Exército americano. Hussein, de 36 anos, foi preso em abril de 2006. Na ocasião, investigadores militares alegaram haver encontrado, em seu apartamento, materiais usados para fazer bombas, e consideraram que ele teria ligações com insurgentes, representando assim uma ameaça à sociedade. Em dezembro último, autoridades militares transferiram o caso do fotógrafo para o sistema judiciário iraquiano para um possível julgamento. Nas últimas semanas, dois comitês de anistia determinaram que Hussein não seria julgado pelas acusações que sofreu.


Hussein sempre negou que tivesse alguma relação imprópria com insurgentes, alegando que fazia apenas seu trabalho de fotógrafo em uma zona de guerra quando foi detido. ‘Eu passei dois anos na prisão, mesmo sendo inocente’, afirmou ele, agradecendo a todos que fizeram campanha por sua libertação.


‘Eu agradeço a Deus pela soltura de Bilal e espero que todos os prisioneiros iraquianos sejam libertados’, afirmou Taqiya Ahmed, mãe do fotógrafo. ‘Desde o começo, eu acreditei na inocência do meu filho. Não dormi noite passada pensando em como seria o dia mais feliz da minha vida rever Bilal. Eu gostaria de agradecer o Exército americano por sua soltura, ainda que tenha demorado’. O irmão Yassir Hussein, professor universitário em Bagdá, disse ser impossível descrever sua felicidade. ‘A família passou por um período difícil nos últimos dois anos, mas graças a Deus teremos descanso agora’.


‘Hussein engrossa a lista de jornalistas detidos pelo Exército americano em zonas de conflito por períodos longos, e libertados sem acusações formais ou crimes comprovados’, declarou Joel Simon, diretor do Comitê para a Proteção dos Jornalistas. ‘Esta prática deplorável diz respeito a todos os jornalistas. Ela basicamente permite que o Exército dos EUA retire jornalistas das ruas, trancafie-os e não se sinta na obrigação de dizer por quê’.