O ex-presidente da Coréia do Sul Roh Moo-Hyun afirmou que sua aposentadoria em casa tornou-se uma verdadeira prisão depois que repórteres que investigam um escândalo de corrupção passaram a fazer plantão em frente à residência. ‘Não posso dar um único passo fora de casa. Ninguém pode me visitar porque equipes de TV e jornalistas estão no portão’, desabafou.
No domingo (19/4), promotores prenderam Jung Sang-Moon, assessor próximo a Moo-Hyun, por suposta corrupção. Eles já haviam interrogado a mulher e o filho do ex-presidente, além do marido de uma de suas sobrinhas – todos teriam envolvimento no caso. Na quarta-feira (22/4), um questionário foi enviado a Moo-Hyun referente à suposta ligação de Sang-Moon com membros de sua família e, segundo o gabinete da promotoria, ele ainda será intimado a depor. Sang-Moon é suspeito de desviar milhões de dólares de uma fabricante de calçados e de outros empresários para beneficiar a família do ex-presidente.
Ironicamente, Moo-Hyun foi eleito em parte por conta de uma campanha anticorrupção, e ficou no governo de 2003 a 2008. Ele desculpou-se pela ligação de sua família com o caso, mas negou qualquer envolvimento pessoal. Em um comentário na internet, o político aposentado admitiu que ‘não deveria estar reclamando, já que a inconveniência é o resultado de sua negligência’. Ainda assim, ‘um ser humano deve ter direito à privacidade’, defendeu. No vilarejo onde mora, ele é considerado um herói. Habitantes do local planejam fazer um manifestação em protesto ao que classificam de ‘cobertura distorcida’. Informações da AFP [22/4/09].