O Facebook ameaçou abrir processo contra o jornal britânico Daily Mail depois que o diário alegou que garotas adolescentes que criam perfis na rede social seriam abordadas, ‘em minutos’, por homens mais velhos ‘a fim de se masturbar’ na frente delas. O jornal pediu desculpas em suas edições impressa e online. O Facebook teve sua reputação prejudicada no Reino Unido após a condenação de Peter Chapman pelo assassinato da adolescente Ashleigh Hall, de 17 anos. Ashleigh conheceu Chapman, de 33 anos, pela rede social, onde ele se passava por um jovem. O criminoso a atraiu para um encontro em outubro do ano passado, e a adolescente foi estuprada e morta por ele.
O caso de Ashleigh expôs a falta de segurança do site. Uma porta-voz do Facebook ressaltou que usuários menores de 18 anos não recebem mensagens de pessoas maiores de 18 anos. O problema, dizem os críticos, é que não há nada que impeça que um adulto mal intencionado se cadastre usando uma identidade falsa. No artigo do Daily Mail, Mark Williams-Thomas, ex-policial que trabalha como criminologista, contava como se passou por uma adolescente em uma rede social. Ele recebeu uma cópia da matéria antes de ela ser publicada, e disse aos editores que havia erros. ‘Havia pequenas, porém substanciais, mudanças a serem feitas, inclusive remover a palavra Facebook e substitui-la por rede social bem conhecida. Mas nada foi modificado’, diz, informando que não usou o Facebook, mas outro site não identificado. O artigo foi assinado pelo próprio Williams-Thomas.
O Facebook, que tem 23 milhões de usuários apenas no Reino Unido, declarou que, mesmo que o Daily Mail tenha trocado a manchete do artigo online para ‘Eu passei por uma garota de 14 anos na internet. O que vem a seguir vai fazer você passar mal’, não alterou imediatamente o título da URL da página, o que permitiu que ela fosse facilmente encontrada nos buscadores. Charles Garside, editor assistente do Daily Mail, afirmou que representantes do jornal e do Facebook iriam se encontrar para conversar sobre o episódio. ‘Ter colocado erroneamente o nome do Facebook na matéria foi uma questão de falha de comunicação’, afirmou. Informações de Charles Arthur [The Guardian, 11/3/10].