Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo Segunda-feira, 19 de abril de 2010 INTERNET Financial Times Facebook é investigado em suspeita sobre privacidade ‘Autoridades regulatórias de todo o mundo estão enfrentando um dilema: como encarar a ascensão de um fenômeno da internet que nem existia cinco anos atrás? O Facebook, criado há apenas cinco anos, agora conta com 400 milhões de usuários e tornou-se o maior site mundial de redes sociais. Mas a ascensão meteórica trouxe na esteira um interesse mais intenso por parte de órgãos regulatórios e ativistas que defendem a privacidade, os quais questionam a orientação que esses sites vêm tomando. Os sites de redes sociais, como o YouTube, do Google, por definição cortejam controvérsias devido às políticas que adotam com relação à privacidade de seus usuários, mas ao que parece é o Facebook que vem se expondo mais nesse campo. Em dezembro, a empresa implementou mudanças que abriram ao público em geral o acesso à maior parte das informações disponíveis sobre seus usuários. No mês passado, o Facebook revelou planos para compartilhar informações sobre seus usuários automaticamente com alguns outros sites. Até o momento, os legisladores não apresentaram projetos que tomem o Facebook como alvo diretamente. Porque, embora o Facebook esteja forçando os limites ao tornar mais informações sobre seus usuários acessível de forma automática, também vem se esforçando por atribuir aos usuários o controle sobre os seus dados. Por exemplo, quando um usuário do serviço posta qualquer conteúdo novo, pode decidir se abrirá o acesso a uma pessoa, um grupo ou toda a web. Os motivos dos Facebook não são difíceis de compreender. Ao tornar mais dados pessoais acessíveis a todos os interessados, melhora sua capacidade de dirigir publicidade personalizada aos usuários. ‘Eles estão forçando os limites porque é de seu interesse financeiro fazê-lo’, disse Augie Ray, analista da Forrester Research. Mas o Facebook e as demais empresas do setor de redes sociais enfrentam a perspectiva de regulamentação mais severa na Europa e nos EUA, seus principais mercados. Bruxelas deixou claro que a privacidade será uma das principais questões em sua agenda. Viviane Reding, a comissária de Sociedade da Informação da União Europeia, advertiu esses sites de que não hesitará em intervir por meio de projetos de lei caso eles não trabalhem com mais afinco para manter a privacidade dos perfis de usuários menores de idade. Enquanto isso, nos EUA, o Facebook e outras redes sociais também estão sob escrutínio. Recentemente, Pamela Jones Harbour, comissária da Comissão Federal do Comércio, criticou os sites de redes sociais por não fazerem o suficiente para proteger os seus usuários. Tim Spaparani, diretor de política pública do Facebook em Washington, afirmou que, a despeito das preocupações das autoridades regulatórias, não há muitos indícios de que o site esteja causando transtornos ao permitir que as pessoas compartilhem informações pessoais on-line. ‘Parece haver uma desconexão palpável entre as autoridades regulatórias e os usuários’, ele disse. ‘As pessoas adotam essas tecnologias sociais com gosto. Gostam de trocar informações. O avanço explosivo do Facebook é prova disso.’ Tradução de Paulo Migliacci’ Financial Times Empresa reage e intensifica lobby na Europa ‘Em resposta à ameaça de regulamentação intensificada, o Facebook reforçou sua presença de lobby na Europa, contratando novos funcionários para esse fim na França e na Alemanha. Isso deve ajudar a empresa a enfrentar o aguardado número maior de inquéritos conduzidos por autoridades nacionais e por Bruxelas, sede da União Europeia. Richard Allen, diretor de política pública do Facebook na Europa, diz se preocupar com a possibilidade de que novas leis inibam o desenvolvimento de tecnologias durante um momento de rápida transição e, ao mesmo tempo, ofereçam proteção insuficiente aos usuários. ‘Regulamentação excessivamente detalhada pode se desatualizar muito rapidamente e sem atingir os objetivos das autoridades’, afirma Allen. ‘E o preço que se paga é a perda de inovação.’’ CAMPANHA Ranier Bragon Militâncias petista e tucana travam guerra na internet ‘A lei determina que a campanha eleitoral na internet comece somente após 5 de julho. Mas para uma legião de militantes a caça aos votos já começou no mundo virtual, e com ‘linha editorial’ bem definida: a tentativa de desqualificar o adversário. Diferentemente dos sites oficiais, que procuram ressaltar apenas propostas, entrevistas e realizações do pré-candidato preferido, a ‘infantaria virtual’ investe contra o algoz com manipulações de imagem, ofensas, acusações sem provas e exploração de escorregões, tudo hospedado em sites e blogs ou distribuído via e-mail e comunidades virtuais. Não raro o ataque vem em embalagem humorística. Um e-mail que circula há alguns dias traz uma sugestão de camisas anti-Dilma com dizeres como ‘agora o mensalão vem ‘dilmaleta’ e ‘corruptos ‘dilma figa’. No YouTube, Dilma ‘estrela’ gafes como a da conferência do clima de dezembro, na Dinamarca, em que disse que ‘o meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável’. Em outro vídeo, é a vez de uma ‘tia búlgara’ -fictícia, evidentemente- de Dilma semear milho para reunir pombinhos ao seu redor e, no instante seguinte, metralhá-los com uma automática que traz às costas. Serra também é ‘estrela’ no YouTube patrocinado por dilmistas. O hit é a gravação em que ele participa, em setembro de 2009, de um evento ao lado do então governador José Roberto Arruda (sem partido), que teria o nome envolvido em escândalo de corrupção do DF dois meses depois. À ocasião, Serra diz não resistir a fazer uma piada: ‘Se eu definisse algo no plano nacional e ele [Arruda] viesse junto, o lema seria: vote em um careca e ganhe dois’. A libertação de Arruda na semana passada, após dois meses de prisão, levou sites dilmistas a explorar a situação. Em um deles, a legenda dizia: ‘Arruda foi libertado. Já pode participar da campanha do Serra’. Outros vídeos bastante explorados são aqueles em que o tucano assegurava, na campanha à Prefeitura de São Paulo de 2004, que iria cumprir os quatro anos de mandato (ele saiu em 2006 para disputar o governo) e a entrevista em que, antes de dizer que a transmissão da gripe A pode ser feita de pessoa a pessoa, afirma que ela ‘é transmitida dos porquinhos pras pessoas só quando eles espirram ou quando a pessoa chega lá perto do nariz do porco’. Arsenal As páginas da ‘infantaria petista’ também trazem à exaustão, em variadas versões legendadas e modificadas, a foto em que Serra, em 2007, finge mirar fotógrafos com um fuzil belga, durante solenidade de homenagem ao 3º Batalhão do Grupo de Ações Táticas Especiais. Pesquisa aleatória na internet mostra que os dilmistas têm um maior número de sites organizados anti-Serra do que o contrário -Blog da Dilma, Anti-Tucano, os Inimigos de José Serra e Os Amigos do Presidente Lula são alguns deles. Já os sites anti-Dilma buscam explorar sua participação em grupos que defendiam e praticavam a luta armada contra o regime militar (1964-1985) -a ex-ministra diz que teve treinamento militar no Uruguai, mas nega participação em ações armadas- e procuram ainda qualificá-la como mentirosa. Um dos principais sites é o Gente que Mente, que traz uma ‘Pinoquioteca’.’ BANDA LARGA Valdo Cruz e Humberto Medina Oi pede R$ 27 bi para gerir banda larga do governo ‘A empresa de telefonia Oi pediu R$ 27 bilhões em incentivos e benefícios federais para comandar a universalização da banda larga no país, proposta classificada pela equipe do presidente Lula de ‘inaceitável’ e que reforçou a tese dos defensores do uso da Telebrás como gestora do plano. O projeto final da área técnica do governo será levado ao presidente nas próximas semanas e proporá um modelo em que o investimento federal ficaria bem menor do que o proposto pela Oi: R$ 6 bilhões entre 2010 e 2014 para montar a estrutura de uma rede pública no país e conexões de rádio para levar a internet a cidades onde o setor privado não quer investir ou cobra preços abusivos. Os números da Oi foram comemorados pelos técnicos da Casa Civil e do Ministério do Planejamento. Segundo eles, depois que os dados das duas propostas foram comparados, até o Tesouro Nacional, antes resistente à ideia de uso da Telebrás, decidiu apoiá-la. O Programa Nacional de Banda Larga, a ser apresentado ao presidente Lula, prevê um modelo misto. Nele, a Telebrás administra a rede de cabos de fibras ópticas que vai conectar o país, mas não a opera. Haverá uma licitação para definir quem será o operador, provavelmente um grande fornecedor de equipamento (a Alcatel, por exemplo, já manifestou interesse em disputar o serviço). As empresas privadas de telefonia entram como parceiras do plano, comprando acesso na rede pública, fazendo sua conexão com as cidades e vendendo o serviço de internet ao consumidor final. Nessa última etapa, o governo quer também incentivar a participação dos pequenos provedores. Diante da falta de recursos neste ano, a saída foi propor investir os R$ 300 milhões que a Telebrás tem em caixa na primeira fase do plano. Ele prevê montar o ‘backbone’ (espinha dorsal da rede) no Sudeste e no Nordeste, atingindo cem cidades, sendo mais de dez capitais. A Telebrás fechou 2009 com prejuízo de R$ 20,6 milhões, mas tem R$ 300 milhões aplicados em banco. Pelos cálculos do governo, em 2012, o Plano Nacional de Banda Larga dará prejuízo adicional à Telebrás de R$ 34,2 milhões. Em 2019, no entanto, a empresa estaria com lucro de R$ 262 milhões. Projetando esse cenário, o governo já estuda a possibilidade de fazer uma oferta pública de ações da empresa para capitalizá-la, mantendo o controle da companhia. Além do aspecto financeiro, o Ministério da Fazenda retirou sua resistência à proposta de reativar a Telebrás depois que Lula deu a ordem para lançar o programa ainda em 2010. Nesse caso, a estatal é considerada a melhor opção, mesmo com o risco de seu passivo trabalhista contaminar a futura empresa. Segundo um auxiliar de Lula, defensor da proposta, esse ‘risco é administrável’, e aquela que seria a melhor solução, criar uma empresa pública para administrar o serviço, é inviável num ano eleitoral. O valor total do programa da Oi atinge um investimento de R$ 60 bilhões até 2014. A empresa ficaria responsável por R$ 33 bilhões. O governo entraria com R$ 27 bilhões na forma de desonerações tributárias, cessão da rede pública e outros benefícios. A empresa bancaria todo o serviço de universalização. Da montagem da rede à venda do serviço ao consumidor, garantindo preço de acesso à banda larga de R$ 35 a clientes e de R$ 60 para os demais por meio do serviço móvel. Em outra proposta do governo, o investimento para bancar a universalização por parte da União ficaria em R$ 15 bilhões. Mas a ideia foi engavetada por determinação do presidente, que mandou negociar parcerias com o setor privado.’ TELEVISÃO Andréa Michael Com queda na audiência, Gugu pode mudar de horário ‘A direção da Record atribui principalmente às mudanças de horário de veiculação a queda na audiência do ‘Programa do Gugu’ e estuda mudar o horário da atração, que vai ao ar nas noites de domingo. Em 2009, quando Gugu Liberato deixou o SBT após 21 anos e estreou na Record, manteve-se com folga à frente do programa comandado por seu principal concorrente e ex-patrão, Silvio Santos: venceu 16 de 18 domingos de disputa. Neste ano, sem incluir ontem, ‘Gugu’ perdeu seis vezes, empatou quatro e ganhou cinco. A curva de declínio, a partir de janeiro, coincide com o momento em que o horário do ‘Gugu’, de 20h às 24h, oscilou e até foi reduzido em algumas ocasiões para dar lugar ao reality ‘A Fazenda’, no qual o domingo era o dia da eliminação dos candidatos ao prêmio de R$ 1 milhão. Além disso, os quadros estão envelhecidos -alguns com mais de cinco anos. A direção do ‘Gugu’ testa novas opções, apostando em um público mais jovem. A da Record discute mudar o dia de eliminação de ‘A Fazenda’ e outra faixa horária para o programa. Há limitações contratuais, como não entrar antes das 18h. Já a emissora de Silvio Santos fechou os resultados de 2009: dobrou o lucro, para R$ 40 milhões. Faturou 15% a mais no ano. É duas vezes a média do crescimento da verba publicitária destinada ao segmento de TV aberta. CORUJÃO A partir desta semana, sempre à 0h30 das terças, a TV Justiça transmitirá as sessões de dissídios individuais e coletivos do TST (Tribunal Superior do Trabalho). As sessões serão exibidas uma semana depois de realizadas. VIVA O Viva, novo canal da Globosat para a TV paga, entra no ar no dia 18 de maio. FUNIL No dia 24, 41 candidatas desfilarão na disputa pelo título de Miss São Paulo, mas apenas 20 delas estarão efetivamente na briga, transmitida pela Band. É que 21 terão sido eliminadas em provas acompanhadas por jurados desde a última sexta, em SP. Até o concurso ir ao ar, nenhuma das moças saberá quem está fora. ALARME Frustou as expectativas da Record a estreia do ‘Aprendiz Universitário’ com João Doria Júnior, na última quinta. Deu seis pontos de audiência -360 mil domicílios ligados na atração na Grande SP. Foi o pior começo entre as sete temporadas do formato no ar. FUSO 1 O ‘Jornal Hoje’ exibe a partir de amanhã a série ‘Correspondente, um Olhar Estrangeiro’. Contará dificuldades de quem chega a um país desconhecido por meio de situações vividas por repórteres da emissora no Japão, em Israel, em Portugal e na Argentina. FUSO 2 Começa com Roberto Kovalick. Em Tóquio, ele usou por semanas desodorante para os pés em vez do tradicional.’ Fabricio Vieira Série mostra volta de moradores a New Orleans após furacão Katrina ‘Passados quase cinco anos desde que o furacão Katrina arrasou New Orleans, a tragédia ressurge para compor o cenário de uma nova série. ‘Treme’, que acabou de estrear na HBO dos EUA, mostra o retorno das famílias à cidade arrasada. Atenta ao apelo de New Orleans como ‘berço do jazz’, a série procura destacar músicos de diferentes perfis para compor personagens. Parece ter agradado: após a estreia, o canal confirmou que a segunda temporada começará a ser filmada. O título da série se refere a um subdistrito de New Orleans. Como é comum na região, ‘Treme’ também nomeia a principal ‘brass band’ do local. ‘Brass bands’ são as tradicionais bandas que tocam nas ruas, amparadas principalmente por metais (trombone, tuba, trompete e saxofone) e que estão presentes tanto nas festividades quanto nos funerais. O primeiro episódio começa com uma ‘brass band’ tomando as ruas da cidade devastada, arrastando a população que retorna ao lar três meses após o furacão: alegria carnavalesca, música e dança embalando a retomada do território perdido. Candidato a destaque é Rob Brown, que interpreta o trompetista Delmond Lambreaux. Vivendo em Nova York, em meio a linguagens jazzísticas mais modernas, o trompetista é intimado por seu pai a voltar a New Orleans, onde irá, aos poucos, se envolver com os tradicionais músicos do local e redescobrir suas raízes. No Brasil, não há previsão para estreia.’ CHINA Andrew Jacobs, NYT Jornalista conta como foi alvo de hackers em Pequim ‘Demorei a me dar conta da realidade -e dos meus receios. Amigos e colegas vinham reclamando havia semanas que eu não respondera seus e- mails. Eu jurava que não os havia recebido. Meu programa de e-mail começou a entrar em pane quase diariamente. Mas foi apenas quando todos os meus contatos sumiram pela segunda vez que a desconfiança me levou a agir. Pesquisei minhas configurações do Yahoo! e estremeci. As mensagens que chegavam estavam sendo encaminhadas a um endereço de e-mail que eu desconhecia, presumivelmente digitado por invasores. Eu tinha sido vítima de hackers. Essa frase vem sendo repetida com frequência ultimamente em bate-papos on-line e jantares na China, onde dezenas de jornalistas estrangeiros descobriram invasões de suas contas de e-mail. Diferentemente, porém, dos softwares que procuram extrair senhas de contas bancárias, esses ciberataques parecem ser inspirados pela velha e boa espionagem. Investigações recentes de ciberdetetives da Universidade de Toronto trouxeram à tona grupos de espionagem eletrônica que roubam documentos e correspondências de computadores em cem países. Foram detectados alguns padrões comuns: muitos dos ataques tiveram origem em computadores situados na China, e os espiões parecem ter predileção pelo Ministério da Defesa da Índia, por defensores dos direitos dos tibetanos, pelo dalai-lama e por jornalistas estrangeiros que cobrem China e Taiwan. Embora os relatórios das investigações tenham tido o cuidado de não atribuir os incidentes aos chineses, não foi difícil discernir o que ficou implícito: alguém na China vem praticando vigilância ‘high-tech’ e roubo de dados, e os alvos são pessoas vistas como inimigas do Estado. Se isso estiver acontecendo de fato, representa um novo capítulo na longa história das tentativas chinesas de controlar os jornalistas (hoje mais de 400) que vivem e trabalham na China. Nart Villeneuve, pesquisador canadense que ajudou a analisar os ataques, incluindo uma mensagem de e-mail infecciosa criada para enganar os assistentes de jornalistas estrangeiros em Pequim, fez uma ressalva: disse que não há provas suficientes para atribuir os ataques a chineses, ou, pelo menos, ao governo chinês. ‘Os atacantes tendem a mascarar sua localização’, disse Villeneuve, investigador-chefe da SecDev.cyber, empresa de segurança na internet. ‘Por outro lado, vale se indagar quem tem tempo e interesse em gerar esse tipo de ataque com alvos certos.’ Aqueles de nós que vivemos e trabalhamos na China poderíamos ser perdoados por suspeitas que focam nossos anfitriões, ou, pelo menos, a multidão de chamados hackers patriotas que se sentem ofendidos com a cobertura que fazemos e empregam suas habilidades em informática para reagir. Para falar com clareza, a situação dos jornalistas estrangeiros na China melhorou muito nos últimos anos. Mas há um viés inegavelmente contencioso em nosso relacionamento com a China, algo que tem suas raízes na história e na convicção de muitos chineses de que os jornalistas são espiões dotados da capacidade de escrever bem. Mesmo que tenha poucas provas disso, a maioria de nós já presume que terá suas conversas telefônicas monitoradas. Aprendemos a tirar os chips de nossos celulares quando temos encontros com dissidentes. Frequentemente, no escritório, abaixamos a voz quando falamos de tópicos ‘politicamente delicados’. Mesmo hoje, os grupos noticiosos ocidentais reclamam quando seus funcionários são convocados para sessões com funcionários de segurança que lhes fazem perguntas sobre as reportagens nas quais estão trabalhando. A maioria dos jornalistas que trabalha na China hoje concordaria que os sinais externos de vigilância diminuíram muito. Alguns, porém, afirmam que o monitoramento se tornou mais sofisticado e sutil, o que nos traz de volta à onda recente de hacking. Como o Yahoo! se nega a comentar a natureza dos incidentes, não está claro exatamente o que aconteceu. A empresa disse a algumas das vítimas que suas contas tinham sido invadidas, mas se negou a ser mais específica. Suas mensagens de e-mail foram lidas? Suas fontes foram postas em perigo? Eles não sabem. Mesmo que não compreendamos inteiramente o que aconteceu, as invasões dos e- mails deixaram muitos jornalistas inseguros e nervosos. Uma repórter disse que se sentiu violada e revoltada ao descobrir que sua conta de e-mail estava comprometida. ‘Preocupo-me com meus amigos chineses que podem ter escrito coisas que podem vir a lamentar’, disse ela, pedindo anonimato. ‘Eu ficaria mais aliviada se tivessem apenas roubado os dados de meu cartão de crédito.’’ ************