Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Facebook remove página que incitava violência contra judeus

Esta semana, a rede social Facebook removeu uma página que pedia a palestinos para lutarem contra Israel, após carta enviada pelo Ministro da Diáspora e Diplomacia Pública de Israel, Yuli Edelstein, na semana passada, ao fundador do Facebook. ‘Pedi a Mark Zuckerberg que não sejam cruzadas as linhas da liberdade de expressão e o estímulo ao ódio e à violência’, afirmou o ministro. Edelstein elogiou o Facebook por ter retirado a página, alegando esperar que a ação sirva de exemplo e que a rede detenha posts semelhantes no futuro.


A página em questão, chamada de ‘Terceira Intifada Palestina’, tinha mais de 350 mil fãs quando foi retirada do ar. Ela pedia aos palestinos para irem às ruas armados depois das orações de sexta-feira, dia 15/4, para começar um protesto. ‘O Dia do Julgamento chegará somente quando os muçulmanos tiverem matado todos os judeus’, dizia a página, que mostrava um pulso nas cores da bandeira palestina e imagens de crianças palestinas mortas. Desde que foi removida, outras páginas semelhantes foram criadas.


Força da rede


Segundo o Facebook, ainda que usasse o termo ‘intifada’, que no passado era associado a violência, a página começou estimulando um protesto pacífico. ‘Entretanto, depois de intensa publicidade, mais comentários deterioraram os pedidos diretos por violência’, diz Andrew Noyes, gerente de políticas públicas de comunicação do Facebook.


Os criadores da página também passaram a incitar atos violentos. ‘Monitoramos as páginas denunciadas e quando notamos pedidos diretos de violência ou expressões de ódio – como aconteceu no caso – retiramos-as do ar’, afirmou Noyes, acrescentando que, em geral, não são removidas críticas a países, religiões, entidades políticas ou ideias.


O caso traz à tona questões complexas enfrentadas por sites como o Facebook ao tentar proteger a liberdade de expressão na rede ao mesmo tempo em que acabam se tornando agentes relevantes no debate político. As manifestações populares no Egito e na Tunísia, que nos últimos meses acabaram derrubando seus governos, tiveram no Facebook uma importante ferramenta de disseminação de informações e estímulo a ações concretas. Informações de Aron Heller [AP, 29/3/11].