A mídia dos EUA passou boa parte da segunda-feira (30/9) na expectativa do fechamento parcial do governo de Barack Obama, em uma cobertura sem surpresas. Também não foi surpresa o fechamento em si, com a paralisação de alguns serviços federais, a partir de terça (1/10), depois que congressistas republicanos e democratas não chegaram a um acordo sobre a definição do orçamento do novo ano fiscal. Os canais de TV a cabo cavaram pautas sobre a situação, exibindo matérias parecidas, com direito a contagem regressiva para a paralisação e âncoras e convidados especulando cenários políticos e econômicos. Além disso, foram exibidas entrevistas com funcionários de parques nacionais – que seriam fechados – e donos de empreendimentos voltados para turistas próximos aos parques.
Também houve uma cobertura extensa sobre a própria cobertura, com análises de conservadores sobre os supostos pecados liberais e uma campanha do jornalista James Fallows, da revista The Atlantic, para fazer com que jornais e outros veículos parem de tentar encontrar equivalências entre republicanos e democratas. A Slate publicou uma matéria sobre como a paralisação seria coberta por um jornal americano se o país em questão não fosse os EUA. “(…) O clima agradável de outono disfarça um governo à beira do abismo. Porque, à meia-noite de segunda-feira, o governo deste povo intensamente orgulhoso e nacionalista será desligado, em um sinal drástico de disfunção política nesta república moribunda”, escreveu.
Milhares de servidores públicos de setores considerados não essenciais – como os parques nacionais e monumentos como a Estátua da Liberdade – foram forçados a entrar em licença não remunerada. Estes serviços devem continuar paralisados até que o Congresso aprove um orçamento ou a chamada “resolução continuada”, que permitiria temporariamente os gastos federais.