A Federação Européia de Jornalistas se juntou a jornalistas franceses e a outros trabalhadores do setor, na semana passada, para protestar contra a concentração de mídia no país que, segundo eles, ‘ameaça o pluralismo e a diversidade’.
‘Há o perigo de que a França siga os passos da Itália em condições que são maléficas para a democracia – quando o poder da mídia é concentrado nas mãos de poucos’, afirmou Aidan White, secretário geral da Federação.
A concentração tornou-se particularmente preocupante em junho, quando o conglomerado industrial GIMD, de Marcel Dassault, arrebatou a maior parte das ações da companhia de imprensa Socpresse. Há duas semanas, o canal de televisão privado TF1 – e parte da companhia pública Bouygues – anunciou que também pretende se juntar ao bolo.
A Comissão Européia permitiu que o GIMD comprasse 82% das ações da Socpresse, que publica cerca de 70 jornais, entre eles o Le Figaro e o L’Express. Originalmente, o GIMD fabrica armas e produtos para a aeronáutica. A família de Dassault é próxima ao governo; seu filho é membro do parlamento francês.
A outra grande companhia de mídia do pais é a Lagardère-Hachette, que faz parte do conglomerado Lagardère, outro grande produtor de armamentos. Juntas, Lagardère e Socpresse possuem mais de 70% da imprensa francesa.
A Federação Européia de Jornalistas pede que a Comissão Européia reconsidere o caso da aliança entre a Socpresse e o TF1 sob as regras de competição. ‘Há mais questões a serem colocadas aqui além de se pensar em termos de mercado’, afirmou White. ‘Mais importante, esta junção é boa para a democracia?’. As informações são da International Federation of Journalists [12/7/04].