Repórteres do Financial Times terão que editar suas próprias matérias na nova fase de integração digital do diário. Segundo o editor Lionel Barber, as mudanças fazem parte de um plano – chamado ‘Redação 2009’ – para aumentar as habilidades de produção dos repórteres e editores.
Uma porta-voz do FT confirmou que o diário não tem planos para futuras demissões, sejam compulsórias ou voluntárias. Em janeiro, o jornal anunciou 80 cortes na empresa, incluindo 20 cargos editoriais. Depois de negociações, nenhum posto de jornalista foi cortado compulsoriamente, após 17 terem se voluntariado para sair.
Multitarefas
Os repórteres foram informados de que terão ‘que assumir responsabilidades’ ao adicionar links a suas matérias, fazer revisão ortográfica e checar as normas de estilo, além de sugerir manchetes. Quando as matérias forem publicadas na versão impressa, o número de caracteres também deve ser verificado. Depois de preencherem suas matérias, haverá revisão dos links e acréscimo de fotos, gráficos e vídeos. Só aí este material será enviado a outro setor para ser revisado.
‘O projeto `Redação 2009´ não altera nossa capacidade comprovada para apuração ou prioridades: nossa filosofia permanece a de entregar um resumo das notícias econômicas e financeiras, análises e comentários para uma audiência global. Não somos uma agência de notícias, nem um jornal comum, somos o FT – e queremos ser uma organização do século 21. As mudanças revolucionárias que estamos propondo irão garantir que o FT permaneça sustentável e continue a ser uma força líder no mundo do jornalismo financeiro’, afirmou.
As mudanças fazem parte de um processo de longa data do FT, que começou em 2006, quando Barber deu início a uma ‘integração sem igual do impresso e online’. Segundo a porta-voz do jornal, as mudanças nas atividades dos jornalistas não implicarão necessariamente um novo esquema de prazos para a entrega de matérias, e sim levarão ‘a redação a um novo nível de integração’. Informações de Ben Dowell [Guardian.co.uk, 20/3/09].