DIREITOS HUMANOS
‘Entidades representativas dos veículos de comunicação afirmaram ontem que configura uma ameaça à liberdade de expressão o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que prevê a criação de uma comissão governamental para acompanhar a produção editorial das empresas do setor e estabelecer um ranking dos veículos ‘comprometidos com os direitos humanos’.
Em nota, as associações criticaram o texto do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, criado pelo decreto, que propõe a imposição de punições para as empresas de comunicação que não observarem as diretrizes oficiais sobre direitos humanos.
A manifestação divulgada ontem foi assinada pela ANJ (Associação Nacional de Jornais), pela Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas) e pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).
De acordo com a nota, as entidades receberam o decreto com ‘perplexidade’. As associações afirmam que ‘não é democrática e sim flagrantemente inconstitucional a ideia de instâncias e mecanismos de controle da informação’. ‘A liberdade de expressão é um direito de todos os cidadãos e não deve ser tutelada por comissões governamentais’, dizem.
As entidades afirmam esperar que ‘as restrições à liberdade de expressão contidas no decreto sejam extintas, em benefício da democracia e de toda a sociedade’.
Leia a íntegra da nota:
‘As associações representativas dos meios de comunicação brasileiros manifestam sua perplexidade diante das ameaças à liberdade de expressão contidas no decreto n.º 7.037, de 21 de dezembro de 2009, que cria o Programa Nacional de Direitos Humanos.
A propósito de defender e valorizar os direitos humanos, que estão acima de qualquer questionamento, o decreto prevê a criação de uma comissão governamental que fará o acompanhamento da produção editorial das empresas de comunicação e estabelecerá um ranking dessas empresas, no que se refere ao tema dos direitos humanos.
O decreto prevê ainda punições -e até mesmo cassação de outorga, no caso dos veículos de radiodifusão- para as empresas de comunicação que não sigam as diretrizes oficiais em relação aos direitos humanos.
A defesa e valorização dos direitos humanos são parte essencial da democracia, nos termos da Constituição e de toda a legislação brasileira, e contam com nosso total compromisso e respaldo. Mas não é democrática e sim flagrantemente inconstitucional a ideia de instâncias e mecanismos de controle da informação. A liberdade de expressão é um direito de todos os cidadãos e não deve ser tutelada por comissões governamentais.
As associações representativas dos meios de comunicação brasileiros esperam que as restrições à liberdade de expressão contidas no decreto sejam extintas, em benefício da democracia e de toda a sociedade.
Brasília, 8 de janeiro de 2010
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT)
Associação Nacional dos Editores de Revistas (ANER)
Associação Nacional de Jornais (ANJ)’’
TELEVISÃO
Em férias, ‘CQC’ dá lugar ao humor de improvisação
‘Se o humor do ‘CQC’ é o responsável por uma das maiores audiências da TV Bandeirantes durante todo o ano, o que fazer quando o programa entra em férias? Investir em humor que já faz sucesso no teatro e na internet foi a resposta da emissora, que estreia nesta segunda o ‘É Tudo Improviso’.
O formato é uma adaptação dos espetáculos teatrais que usam os jogos de improviso e a interação com a plateia como forma de fazer rir, tanto das boas tiradas quanto das tentativas fracassadas.
Para que a versão televisiva seja bem-sucedida, no elenco do programa estão integrantes das duas principais atrações do gênero no teatro. Marcio Ballas (o apresentador) e Marco Gonçalves representam o ‘Jogando no Quintal’, que foi referência para a criação do ‘Improvável’, da Cia. Barbixas de Humor, cujos três integrantes fazem parte do programa.
O time fica completo com as atrizes Cristiane Werson e Marianna Armellini, do grupo ‘As Olívias’, e a banda Paraquedas, que faz intervenções nas cenas de improviso.
O ‘Improvável’, além do sucesso nos palcos, com temporadas lotadas, é dono de marcas significativas na internet: de acordo com Daniel Nascimento, um dos Barbixas, o canal de vídeos do espetáculo no YouTube é o mais visto do Brasil, com mais de 110 milhões de acessos e média de quase 300 mil acessos por dia.
Tradução do teatro
Para Tadeu Jungle, diretor da atração na Band, o grande desafio é traduzir a linguagem do teatro para a TV. ‘Queremos fazer um programa de auditório que tenha inteligência, rapidez e o calor da plateia.’ O humorista Nascimento, que trabalha com Anderson Bizzocchi e Elídio Sanna no ‘Improvável’, aponta as questões técnicas que complicam essa tradução.
‘No teatro, temos o que chamamos de ‘quarta parede’, que é a plateia, para onde é costume olhar quando queremos pontuar alguma coisa para o público. Na TV, isso é maior. Como existem muitas câmeras, cada uma delas é uma opção de piada. Além de improvisar, temos que decidir na hora qual a melhor câmera. Louco, né?’ Gravado -e improvisado- ao vivo, com plateia de 200 pessoas, o programa utilizará jogos já conhecidos do público da internet e novidades: ‘O bom é que os mesmos jogos sempre têm coisas novas’, conta Ballas.
Por via das dúvidas, um dos jogos famosos, que ironiza ações de merchandisings, não vai para a TV por enquanto, para não afugentar patrocínios. No fim das contas, em televisão é tudo negócio.’
‘House’ inédito só volta em fevereiro
‘Apesar de ter anunciado novos episódios da sexta temporada de ‘House’ para ainda este mês, o Universal Channel adiou essa data para 25 de fevereiro, devido à ‘pausa da exibição dos inéditos nos EUA’. O episódio ‘Wilson’ foi o último a ir ao ar, em 17 de dezembro.
Já a médica ‘Three Rivers’ ficou sem data para mostrar seus últimos cinco capítulos. O anúncio do cancelamento da série suspendeu a exibição do que já havia sido filmado.’
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