Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Folha de S. Paulo

CAMPANHA
Fernando Rodrigues

Popularidade de Dilma e Serra é testada no Twitter

‘A disputa entre tucanos e petistas no microblog Twitter apresenta números favoráveis para os dois lados. O pré-candidato a presidente José Serra (PSDB) é o campeão em número de seguidores, com mais de 200 mil. Dilma Rousseff (PT) passou dos 28 mil seguidores ontem, mas consegue mais mensagens positivas do que seu adversário.

O Twitter é um microblog no qual as pessoas podem escrever mensagens de até 140 caracteres. Entre as várias mensurações possíveis da popularidade de um tuiteiro estão o número de seguidores e as mensagens escritas sobre essa pessoa.

O volume de dados é na casa dos milhares. A Folha pediu ajuda a uma empresa especializada nesse tipo de análise. A Bites (www.bites.com.br) fez um levantamento sobre como se manifestam os internautas a respeito de Serra e Dilma em dois dias específicos.

Um das datas foi o último dia 10, quando o tucano se lançou pré-candidato a presidente, numa grande festa do PSDB. Supostamente, seria um dia positivo para Serra. A segunda data foi a última segunda-feira, o primeiro dia completo da petista com perfil oficial no Twitter -Dilma havia começado na noite anterior, domingo.

Nesses dois dias, a Bites coletou 100% dos ‘tweets’ (postagens) com menções a Serra e a Dilma. Foram 8.458 posts coletados e analisados, um a um, por uma equipe de profissionais treinados para esse fim. Dilma liderou com 4.707 citações. Serra obteve 3.751. A Bites trabalha para várias empresas classificando citações sobre marcas e produtos na internet.

Foi usado na análise um sistema conhecido como IF (Índice de Favorabilidade), desenvolvido pela própria Bites e pelo professor Marcelo Coutinho, da Fundação Getúlio Vargas. Trata-se de uma medida da qualidade da exposição da marca, instituição ou pessoa com base na quantidade de comentários positivos, neutros e negativos a seu respeito.

O IF varia de 0 a 1, sendo 1 o melhor resultado. A conta é feita a partir do total de menções menos as negativas, dividido pelo total de mensagens.

Para o perfil de Dilma (@dilmabr) no Twitter, foram identificadas 599 menções positivas, 3.482 neutras e 626 negativas. O IF ficou em 0,86 no dia 12, que foi o analisado.

Já Serra (@joseserra-) alcançou 504 menções positivas, 2.507 neutras e 740 negativas. O seu IF foi de 0,80 no dia 10.

O resultado da análise dos ‘tweets’ sobre Serra e Dilma ajuda a entender como funciona o universo da internet na política. Muitas vezes, o número de seguidores ou de menções não é tão relevante como a qualidade do que é dito.

Dilma recebeu muitas perguntas, mas seu perfil permaneceu em silêncio e não seguiu a regra de ouro das redes sociais que manda dialogar com os seus seguidores virtuais, diz o levantamento da Bites. Ainda assim, teve um número maior de ‘tweets’ positivos e neutros do que seu adversário.

No caso de Serra, tucanos e aliados foram os principais difusores de posts no dia 10. ‘Em razão dessa estratégia, o índice de RTs (tweets replicados) foi bastante alto, a maioria extraída do discurso de Serra’, diz a Bites. Mas foi também um sinal de que a rede serrista tende a ser circunscrita ao universo do partido.’

 

TELECOMUNICAÇÕES
Editorial

Segredos da Anatel

‘SERIA INCOMPREENSÍVEL , não fosse por levantar suspeitas de que atende a interesses turvos, o comportamento da maioria dos conselheiros da Agência Nacional de Telecomunicações quanto à falta de transparência da autarquia.

O regimento interno da Anatel determina que as reuniões de seu conselho diretor, responsável pelas decisões da agência, sejam abertas ao público. A norma, que data da criação do órgão, em 1997, também prescreve a gravação das sessões. Seu conteúdo -bem como as atas das reuniões, informes e processos administrativos envolvendo operadoras- deveria ser público.

Mas essas regras, cumpridas por diversos órgãos públicos do país, jamais foram implementadas no âmbito da Anatel.

Eis que a conselheira Emília Ribeiro apresenta um projeto para fazer valer o que já devia estar em prática, e começa a sofrer resistências.

Seus pares, embora não se manifestem abertamente sobre o assunto, têm se mostrado refratários à iniciativa, conforme revelou reportagem desta Folha.

Vale lembrar que o objetivo da agência é regular e fiscalizar o setor de telecomunicações no país, e assim oferecer à sociedade ‘serviços adequados, diversificados e a preços justos, em todo o território nacional’.

É muito difícil compreender de que forma o fim do sigilo em torno dos processos decisórios poderia voltar-se contra o interesse dos consumidores -que, segundo os termos da legislação, se confunde com os próprios objetivos da Anatel.

Ao contrário, a transparência é fundamental para proteger a autarquia das duas maiores ameaças ao cumprimento de suas funções: a subordinação às diretrizes do governo de turno e a sua cooptação pelas operadoras que atuam no setor.’

 

WIKILEAKS
Andrea Murta

Site exibe ataque dos EUA a civis em Bagdá e incomoda governo

‘Um helicóptero Apache americano abre fogo contra o que pensa serem insurgentes em Bagdá. Corpos no chão, feridos se arrastam, soldados riem e dizem: ‘Olha só aqueles babacas mortos’. Não sabiam que haviam acabado de matar um fotógrafo da agência Reuters. Nem que, três anos depois, o vídeo rodaria o mundo graças a um site cada vez mais incômodo aos círculos do poder.

O WikiLeaks (www.wikileaks.org), espécie de Wikipedia de arquivos vazados, divulgou no início do mês as imagens brutais feitas pelo helicóptero do ataque em julho de 2007, forçando até o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, a se explicar. Os 39 minutos de ‘Assassinato Colateral’ (17, em versão resumida) mostram que soldados não apenas mataram 12 pessoas, entre elas o fotógrafo Namir Noor-Eldeen, 22, e o seu motorista, Saeed Chmagh, 40, como feriram crianças ao atacar uma van que chegou para ajudar. Eldeen e Chmagh estavam desarmados, mas um dos homens do grupo levava um fuzil, indicam as imagens.

O site diz ter recebido o vídeo de um militar anônimo. A Reuters o pedia por via legal havia mais de dois anos, em vão.

O Pentágono admitiu que o vídeo é autêntico, e Gates foi confrontado pela imprensa devido ao WikiLeaks várias vezes nas últimas semanas. Inicialmente, afirmou que o material é ‘doloroso de assistir’. Depois, lançou dúvidas sobre o site: ‘Esses vídeos mostram a situação através de um canudinho de refrigerante, sem contexto ou perspectiva’. Ele não é o único a questionar o grupo, bloqueado na China desde 2007 e que tem recebido ataques de vários países. ‘Recebemos uma ameaça de processo por semana’, disse ao jornal ‘El País’ o porta-voz Daniel Schmitt.

O site se baseia na combinação de uma interface simples com tecnologias de criptografia avançadas. A ideia é divulgar material o mais amplamente possível com completo anonimato das fontes, que fazem uploads anônimos e protegidos. O WikiLeaks, porém, em geral não verifica a veracidade das informações. A checagem se baseia em revisões dos próprios usuários.

‘Como descoberto pela Wikipedia, a sabedoria coletiva de uma comunidade informada de usuários garante disseminação rápida e precisa, checagens e análises’, diz o site. ‘Além disso, vazamentos falsos já existem na mídia de massa, como visto no período que antecedeu a Guerra do Iraque.’

O WikiLeaks venceu o prêmio de novas mídias da Anistia Internacional em 2009, mas analistas ainda não sabem ao certo como avaliar a proposta.

‘Acho ótimo disseminar informações, mas também é importante verificar a veracidade e pesar benefícios para o público contra prejuízos potenciais que podem ser causados pela publicação. Não sei como agem quanto a isso’, disse à Folha David Cullier, diretor da comissão pela liberdade de informação da Sociedade dos Jornalistas Profissionais dos EUA.

Os membros do WikiLeaks se mantêm discretos. A Folha enviou diversos e-mails, telefonou e deixou recados para contatos sugeridos pelo site, mas não obteve resposta.’

 

TECNOLOGIA
Julio Wiziack

Apple quer fabricar iPhone no Brasil

‘A Apple estuda formas de viabilizar a fabricação de alguns de seus produtos no Brasil. A Folha apurou que os planos incluem o iPhone, o MacBook e, possivelmente, o iPod. As barreiras impostas no país, no entanto, podem afetar o sucesso das negociações com a Foxconn, que atualmente é a companhia contratada pela Apple para fabricar seus produtos na China.

As conversas entre a Apple e a Foxconn tiveram início em meados de 2009, interromperam-se no final do ano e intensificaram-se há duas semanas.

Além de precisar conseguir um PPB (Plano Produtivo Básico) para ter direito a descontos de impostos, principalmente na importação de insumos, a Apple teria também de fazer algum investimento em parceria com a Foxconn para que a fábrica da chinesa em Jundiaí, no interior de São Paulo, pudesse receber uma linha de montagem exclusiva.

São justamente esses detalhes que emperram as negociações. A Folha apurou que, desta vez, a Apple estaria mais empenhada em chegar a um acordo. Motivos não faltam. O Brasil é o país da América Latina que registra maior aumento de renda, consumo e crédito.

O mercado de smartphones (celulares que navegam na internet) deve dobrar em 2010 e repetir o crescimento em 2011. Hoje, 7% dos aparelhos vendidos são smartphones, categoria a que pertencem iPhone (Apple), BlackBerry (RIM) e E67 (Nokia), entre outros. A Nokia tem fábrica própria no Brasil e, em março, a canadense RIM anunciou o início da produção do BlackBerry no país.

Vendendo importados, a Apple não decolou no país com a venda de seu iPhone. No mundo, foram 9 milhões de unidades comercializadas no primeiro trimestre deste ano. No Brasil, foram cerca de 80 mil unidades no mesmo período.

O preço é a principal barreira. Com a produção local, a Apple passaria a importar os componentes e com isso reduziria a carga de impostos que hoje incidem sobre o iPhone. Cálculos iniciais das operadoras indicam que haveria uma redução de 15% nos custos, algo que, teoricamente, deixaria o preço do aparelho produzido no Brasil cerca de 10% mais alto que na China. Hoje ele desembarca custando 70% a mais.

A vez dos computadores

Também com uma produção local, o MacBook (um dos notebooks mais finos do mundo) ficaria mais competitivo. A Folha informou há uma semana que faz parte dos planos da Apple estar entre os líderes na venda de computadores no país com a abertura de lojas terceirizadas, em parceria com varejistas. A meta é ganhar mais 1% de mercado neste ano (passando para 3% do total das vendas) e chegar a 5% em cinco anos.

Oficialmente, nem a Apple nem a Foxconn comentam o assunto. No Brasil, a empresa chinesa nega que haja um projeto em andamento e diz que, se existe, as conversas ocorrem entre a matriz e a Apple.’

 

IMAGEM
Vinícius Queiroz Galvão

Photoshopados

‘Imagine a capa e os ensaios da ‘Playboy’, fotos de gente famosa ou anúncios de produtos cosméticos com a modelo Gisele Bündchen seguidos do alerta: ‘Atenção: imagem retocada para alterar a aparência física da pessoa retratada’.

É o que propõe um projeto de lei deste ano em tramitação no Congresso que torna obrigatório o aviso da manipulação de imagens. Em dois tempos, foi apelidado de Lei do Photoshop e acendeu uma polêmica sobre o controle regulatório do mercado publicitário.

Entre os erros de manipulação divulgados em site como ‘Photoshop Disasters’, uma modelo nua aparece sem o umbigo numa revista de nudez e uma das pessoas sentadas à mesa aparece sem pernas.

Várias vezes capa das revistas ‘Playboy’ e ‘Sexy’ -em tantas delas ‘photoshopada’-, a rainha de bateria Viviane Araújo diz ter exigido que suas tatuagens fossem apagadas no último ensaio em que posou nua.

‘O Photoshop não muda muito o resultado. Num movimento é natural aparecer uma dobra, uma gordurinha. Quando não é berrante, acho legal retocar. Não tenho grilo’, diz.

Nesta semana, a cantora Britney Spears veio a público divulgar uma foto bruta diferente daquela que havia sido publicada em que teve as coxas, manchas na pele, celulite, tatuagens e o quadril retocados. Disse que queria diminuir a pressão que exerce para que as mulheres pareçam perfeitas.

Autor da lei, o deputado Wladimir Costa (PMDB-PA) atribui a anorexia e a bulimia à manipulação de imagens.

‘Temos grande responsabilidade no combate a esse mal. Há uma enganação latente em todo o processo de criação e veiculação de peças publicitárias.’

Como tramita em caráter conclusivo, a proposta não precisa ir a plenário na Câmara, basta ser aprovada nas comissões para seguir ao Senado. A multa prevista é de R$ 50 mil.

Para o Conar, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária, a lei é subjetiva e o Código de Defesa do Consumidor já prevê sanções, com prisão e multa, para a veiculação de propaganda enganosa ou abusiva.

‘A lei do Photoshop não faz falta, não vai mudar nada. O legislador tem uma mão muito pesada e alcança liberdades públicas. Não existe código de ética para a propaganda política, mas para a propaganda comercial tem’, diz Gilberto Leifert, presidente do Conar.

‘É mais uma restrição exagerada que a publicidade vem sofrendo. A solução que essa lei obrigaria não tem eficiência. Não é uma frase que vai mudar a manipulação das imagens. Qualquer obra é feita em cima de fantasias e da dramatização do momento real’, diz o publicitário Marco Versolato, vice-presidente de criação da agência Young & Rubicam.

Levantamento da Abap, a associação brasileira das agências, revela que há hoje -aprovadas ou em tramitação- 400 leis ou projetos para regulamentação da publicidade, 200 deles de conteúdo de propaganda comercial.

‘Esse projeto do Photoshop é mais uma forma de tentar restringir a publicidade, ainda mais por motivos absurdos’, diz Paulo Gomes de Oliveira Filho, advogado da Abap.’

 

Fotos retocadas são propaganda enganosa, afirma autor da lei

‘Para o deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), autor do projeto de lei do Photoshop, a manipulação de imagens é propaganda enganosa.

FOLHA – Qual o motivo da lei?

WLADIMIR COSTA – São as aberrações cometidas pelos próprios antiprofissionais que labutam no mundo da publicidade.

FOLHA – Pode dar um exemplo?

COSTA – Artistas famosos que fazem comerciais de cosméticos, de cremes que acabam com celulites e estrias, e que não possuem uma ruga, que não têm celulite. As consumidoras são induzidas a comprar esses produtos com o sonho que estão vendo ali.

FOLHA – Como fica a Playboy?

COSTA – Tem de colocar o aviso que foi usado o Photoshop. Nem que sejam letras mínimas, como em anúncios de cigarro.

FOLHA – Sente-se enganado?

COSTA – Usam modelos cheias de estrias, de celulite, sem cintura, toda disforme, e colocam no Photoshop mulheres lindíssimas. Os homens brasileiros vão comprar cheios de fetiche achando que aquilo ali é real e não é. É propaganda enganosa.

FOLHA – As agências reclamam do excesso de regulamentação.

COSTA – A vida inteira os publicitários fizeram um monte de porcarias. Leis vêm para o bem.

FOLHA – O que retocaria na sua própria imagem com o Photoshop?

COSTA – As rugas e a barriga, que tenho um pouco dilatada. A perna, que é um pouco fina. Iria mexer num bocado de coisa. E colocaria o aviso de que fui retocado no Photoshop.

FOLHA – Também colocaria o aviso nas fotos da sua campanha política?

COSTA – Não aceito Photoshop nos outdoors da minha campanha. Quero foto real para que as pessoas não sintam o impacto. Sou bonito por natureza.’

 

Maria Inês Dolci

Beleza fabricada é manipulação do consumidor

‘Pessoas bonitas, jovens, saudáveis e publicidade sempre foram boas companheiras. Afinal, quem compra um produto ou serviço quer se juntar aos melhores, aos bem-sucedidos.

É totalmente legítimo que os publicitários possam utilizar os recursos disponíveis para atrair os consumidores, especialmente numa sociedade alicerçada na livre-iniciativa.

Mas e quando a beleza, a esbelteza e a elegância não são verdadeiras, e sim fruto de softwares editores de imagens? Bem, aí há manipulação contra o consumidor. Não é correto que alguém seja induzido a pensar que uma modelo jovem e magra conquistou sua boa aparência em razão de um produto, quando na verdade deveria agradecer a um software e a um profissional competente.

Também é verdade que há uma supervalorização social de atributos físicos que pertencem mais ao mundo da fantasia do que à realidade.

Tratamos disso porque há um projeto de lei do deputado federal Vladimir Costa (PMDB-PA) que, se aprovado, obrigará anúncios a indicar explicitamente quando houver manipulação nas imagens das pessoas retratadas.

Do ponto de vista do consumidor, parece bastante razoável que se saiba que, no mínimo, certo produto ou serviço não operou milagres nas pessoas cujas imagens foram usadas na campanha publicitária.

Tenho dúvidas somente em relação ao argumento do autor do projeto que vincula a idealização do corpo, na publicidade, à multiplicação dos casos de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, entre os jovens. Não acho que se possa imputar somente à publicidade ou aos desfiles de moda a responsabilidade por tais problemas.

É difícil afirmar que a simples informação de que uma imagem foi editada em computador evitará que adolescentes busquem a magreza e a beleza que idealizarem. Afinal, o excesso de peso também é alvo de correta condenação médica.

Para que as pessoas não se sintam obrigadas a um padrão físico inatingível, temos de mudar a forma como julgamos as pessoas, em razão de parâmetros inflexíveis de beleza e sucesso. Uma lei seria benvinda, mas sob o foco do consumo, e não da reforma da sociedade.’

 

TELEVISÃO
Andrea Michael

Beth Lago dá piti no aniversário do ‘Saia Justa’

‘No programa que marcou os oito anos do ‘Saia Justa’ e foi ao ar pelo GNT na última semana, o telespectador assistiu a novos arranjos para a música tema, relembrou debates polêmicos e matou saudades de antigas apresentadoras.

Só não viu o piti da atriz Beth Lago, ao final das gravações, quando as atuais integrantes do ‘Saia’ foram convidadas pela coluna a fazer fotos capazes de transmitir a ideia de que, em oito anos de programa, das dez participantes que passaram pelo quarteto, somente a jornalista Mônica Waldvogel permanecia da composição original.

Beth posou ao lado de Mônica, da atriz Maitê Proença e da filósofa Márcia Tiburi. Depois, diante da sugestão para que Mônica ficasse em primeiro plano e as três atrás dela, veio a reação inusitada de Beth, que gritou para a colunista: ‘Aqui não tem chefe, não’.

Abortou-se, então, a ideia de uma segunda opção de foto em grupo. Passou-se diretamente à terceira alternativa, com Mônica em uma sessão solo. Beth trocou pelas suas as sapatilhas Louboutin da produção. Chamou as emprestadas de ‘lubutin’, no que foi socorrida por Maitê: ‘É lubutã!’, e já saía do estúdio, quando ouviu Mônica comentar com a colunista, meio sorrindo, meio constrangida, que aquela situação era ‘difícil’, uma saia justa, como tantas que havia passado ao longo dos anos de programa.

‘Difícil não, essa é minha opinião’, disse Beth, de volta ao palco do estúdio da produtora GW, em São Paulo, onde é gravado o ‘Saia’ nas tardes de segunda-feira.

Mônica tentou consertar. ‘Temos saias justas internas [na equipe] como todas as mulheres têm.’

A noite caía quando a jornalista fez um balanço da história do ‘Saia’: a conquista da transmissão em alta definição, 70 mil e-mails, duas crianças nascidas na equipe de produção (‘quase a mesma’), além de ‘alguns casamentos feitos e outros desfeitos’.

LADY GUGU

Ela já surpreendeu os apresentadores Faustão, Raul Gil e Gugu dançando hip hop, street dance e break. Agora vai de tango com dança flamenca para o ‘Qual É o Seu Talento’ (SBT). Com 1,70 m, 110 quilos e 18 anos (14 dos quais dedicados à dança), Thaís Carla dos Santos diz que peso não é problema. ‘Sempre fui isso aqui e me gosto assim.’ Nascida e criada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ), tem um sonho: ‘Tirar minha academia de dança do fundo da minha casa’.

CARTOLA 1

Reeleito semana passada, o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, convidará o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, para coordenar a comissão que vai rever o modelo de venda dos direitos sobre os jogos de futebol para as TVs. Hoje pertencem à Globo.

CARTOLA 2

A próxima negociação, para o período 2012-2014, deve começar na casa dos R$ 800 milhões por ano. Pelo contrato, a Globo tem a preferência de compra.

TIGREZA 1

Mãe do BBB campeão Marcelo Dourado, a bailarina e escritora Rose Porto Alegre conta no ‘SuperPop’ (Rede TV!) da próxima quinta que quer posar nua, mas só em poses que sinalizem a defesa da natureza.

TIGREZA 2

‘Pode ser em cima de madeiras… mas tomara que não achem essas madeiras’, disse ela à coluna. Pretende usar o cachê para pagar uma faculdade de cinema em Nova York, para onde embarca em breve.’

 

Valdo Cruz

Novela impressiona com ‘outro lado’ suave

‘‘Será que morrer é assim, um salto no vazio?’ A frase dita por Daniel, o jovem que morre logo no início de ‘Escrito nas Estrelas’, parece ecoar do alto da pedra da Gávea, ponto tradicional de salto de asa-delta no Rio.

Diria que o questionamento do jovem, imagem do futuro médico idealista e bom caráter, sintetiza a proposta que a autora Elizabeth Jhin apresenta ao público com a nova novela das seis da TV Globo (livre).

Recheada de passagens com cenas e falas associadas ao espiritismo, ‘Escrito nas Estrelas’ explora comercialmente o momento propício para entrar no ar num ano em que o tema ‘vida depois da morte’ está em alta nas telas do cinema.

Para quem acredita, fazer uma crítica da novela não é tarefa fácil. Primeiro, porque ainda são os primeiros capítulos. Depois, a temática me envolve e encaro sua presença como bom sinal, mesmo sabendo do olhar comercial da emissora.

Para quem não assiste a novelas com assiduidade, ‘Escrito nas Estrelas’ me impressionou pela qualidade das cenas -como a do acidente em que Daniel (Jayme Matarazzo) morre ou da fuga com ares de realidade de Vivianne (Nathalia Dill) pelas vielas de uma favela.

Do lado transcendental, a novela também impressiona os familiarizados com o tema pela forma suave que apresenta o ‘outro lado da vida’. Um tom que ficou um pouco ausente no excelente filme ‘Chico Xavier’, de Daniel Filho, carregado de sombras e sensação de sofrimento na descrição da vida do médium de Uberaba.

Muito provavelmente por conta do meio, o diretor Rogério Gomes dá, nesse início, toques nas gravações na busca de reforçar a mensagem de que não se cai no vazio após a morte. A claridade prevalece no encontro entre Daniel e sua mãe já morta, Francisca (Cássia Kiss), vestida de branco e irradiando luz.

Tom presente também quando Breno, o amigo de Daniel, encontra a vidente Madame Gilda na rua. Ali, novo questionamento: o da reencarnação -será que, depois da morte, o espírito volta ao plano espiritual e reencarna? ‘Seu amigo vai voltar antes do que você imagina’, diz ela.

Enfoques que, se agradam aos que creem, serão vistos com boa dose de reservas pelos que vão encarar a trama como uma simples ficção, que força a barra no tom emocional para levar sua mensagem.

Aí, por sinal, o grande desafio da autora. Evitar cair numa fantasia carregada de caricaturas. Se bem que, para quem não crê, assim será. Aí, vale repetir a adaptação da frase de Shakespeare dita nos primeiros capítulos da novela: há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que podemos imaginar.’

 

Laura Mattos

Peixe fora d’água

‘Parecia missão impossível, mas um peixe brasileiro invadiu as águas de Bob Esponja. O novo herói das crianças é Peixonauta, agente secreto da Ostra (Organização Secreta para Total Recuperação Ambiental).

Ele parece um astronauta por usar um escafandro cheio d’água para se manter vivo fora do mar ou do lago. Além de nadar em água doce ou salgada e de voar, conseguiu sobreviver em um mercado dominado por ‘predadores’, desenhos de países como os EUA e o Canadá.

Tradicionais produtores de animação, acabam sendo mais sedutores e baratos para a TV brasileira.

Exibido no Brasil e na América Latina pelo Discovery Kids, ‘Peixonauta’ é a primeira série de animação brasileira na TV.

Na próxima terça, a produtora independente TV PinGuim, onde o peixinho nasceu, tem muito a comemorar além do primeiro aniversário da estreia.

‘Peixonauta’ é o programa mais visto por crianças na TV paga em seu horário principal de exibição (das 19h30 às 20h).

Dobrou o ibope do Discovery Kids nessa faixa e é sintonizado por 41% a mais de espectadores do que a média da programação, recheada por fenômenos internacionais como ‘Backyardigans’ e ‘Lazy Town’.

Crianças cantam as músicas do desenho, de Paulo Tatit, e imitam as coreografias com palmas que os personagens fazem para abrir a POP, pérola colorida enviada pela agência Ostra com pistas dos mistérios a serem desvendados pelo peixe, todos relacionados à preservação ambiental. O Discovery assinou pré-contrato para comprar uma segunda temporada, com mais 52 episódios.

Luciano Huck, pai de dois meninos (5 e 2 anos), assinou parceria com a PinGuim para lançar a versão teatral do desenho em setembro, em São Paulo, e depois no Rio. Ele acaba de produzir com sucesso a peça do desenho inglês ‘Charlie & Lola’, fenômeno infantil. No palco, ‘Peixonauta’ e seus amigos deverão ser representados por bonecos da Pia Fraus, conceituada companhia teatral. Em 2011, o peixe invade outra praia inexplorada no país.

Ganha um filme para ser visto com óculos 3D. Com mescla de técnicas inédita no Brasil, o desenho, bidimensional na TV, manterá os personagens nesse formato no cinema, mas com cenários em três dimensões.’

 

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