A indústria cinematográfica da Coréia do Sul, em ascensão, fez um apelo para que o governo do país volte atrás na possível suspensão das restrições à entrada de filmes estrangeiros, em um acordo que está sendo negociado com os EUA.
De acordo com uma lei nacional, os cinemas devem reservar 40% do tempo total de exibição para filmes produzidos no país. Esta ‘cota de exibição’ foi feita, originalmente, para proteger a produção interna das grandes produções hollywoodianas.
Mas em 12/6 o ministro da cultura, Lee Chang-dong – que também é um premiado diretor cinematográfico – afirmou que a Coréia do Sul estaria considerando afrouxar os limites para a entrada da produção estrangeira.
‘Na sombra da decisão do governo para baixar a cota, há o poder dos EUA, impaciente para acabar com os filmes locais e implantar a força de Hollywood em nossa indústria’, disse Ahn Sung-ki, líder de um grupo que faz lobby pela defesa da cota nacional.
O grupo a favor da cota nacional, que reúne estrelas de cinema, trabalhadores da indústria e membros do parlamento, planeja um comício para esta semana, em Seul, que irá coincidir com a reunião do conselho que negocia o acordo bilateral entre a Coréia do Sul e os EUA.
Os EUA querem que a Coréia do Sul acabe com as restrições ao cinema estrangeiro como parte de uma preparação para um acordo de investimentos.
Os filmes sul coreanos são populares. O diretor Park Chan-wook foi premiado no Festival de Cinema de Cannes, há um mês, com o ultra violento Old Boy. Nos últimos seis meses, mais de 10 milhões da população do país – formada por 48 milhões de habitantes – lotaram as salas de cinema para assistir aos filmes nacionais Silmido e Taegukgi. Informações de Eyu Ji-young [Reuters, 22/6/04].