Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Fotógrafa da Vogue foi espionada no Reino Unido

Serviços de segurança britânicos espionaram a fotógrafa americana Lee Miller, da Vogue, temendo que ela fosse comunista, revelaram artigos secretos divulgados esta semana. A atriz sueca Mai Zetterling, que estrelou filmes como O Preço do Pecado e Convenção das Bruxas, também teria sido investigada pelo serviço secreto MI5 e pelo serviço de inteligência Special Branch nos anos 40 e 50.


De acordo com as informações do Arquivo Nacional do Reino Unido, Lee era uma ‘comunista ferrenha’. Um relatório do Special Branch de 1941 revela que ela era ‘vista como uma comunista intelectual e uma estudante política e teórica’ e ‘violentamente antinazista’. Segundo os documentos, o ‘comunismo’ da fotógrafa era ‘de uma perspectiva mental’ e não teria sido encontrada nenhuma prova de que ela pertencesse a alguma organização subversiva. Ela teria levantado suspeitas porque seu segundo marido, Roland Penrose, era conhecido por ser um simpatizante do comunismo.


Além de ser fotógrafa de moda, Lee também tinha credencial de fotojornalista de guerra e registrou diversos prisioneiros nos campos de concentração de Dachau e Buchenwald. Ela também era amiga do pintor Pablo Picasso, do romancista e dramaturgo Jean Cocteau e do escultor Henry Moore. ‘O que não se sabe sobre sua carreira é que era absolutamente única na história britânica. Ela era extremamente bonita e talentosa’, opina o professor Chris Andrew, historiador oficial do MI5. Lee morreu aos 70 anos, em 1977.


Já Mai foi suspeita de ter recrutado pessoas para o Partido Comunista. Um relatório de 1953 diz que freqüentar reuniões do partido significava ser vista por membros como simpatizante ao comunismo. Ela morreu aos 68 anos, em 1994. Informações da AFP [3/3/09].