O fotógrafo de guerra britânico Tim Hetherington, co-diretor do documentário Restrepo, indicado ao Oscar deste ano, foi morto na quarta-feira [20/4] quando cobria um conflito entre rebeldes e forças do governo em Misrata, terceira maior cidade da Líbia.
Misrata foi sitiada por forças militares leais a Muammar Kaddafi e, há semanas, é palco de violentos conflitos com centenas de mortes confirmadas. Outros quatro fotógrafos ficaram feridos, dois com gravidade. Os relatos iniciais davam conta de que eles trabalhavam juntos perto da área de confronto quando foram atingidos por um morteiro.
O americano Chris Hondros e o britânico Guy Martin tiveram ferimentos graves, de acordo com o fotógrafo brasileiro André Liohn. Liohn foi o primeiro a confirmar a morte de Hetherington em sua página no Facebook. Inicialmente, foi noticiado que Hondros, que trabalha para a agência fotográfica Getty, também teria morrido no ataque – ele sofreu um ferimento na cabeça e estaria em coma. Martin, da agência Panos, foi ferido por estilhaços e passaria por uma cirurgia ainda na quarta-feira. O quarto fotógrafo que acompanhava o grupo, Michael Christopher Brown, teve ferimentos leves no ombro. Liohn informou no Facebook que não está ferido.
Hetherington, de 40 anos, vivia em Nova York e já havia coberto conflitos na Libéria, Afeganistão e Darfur. Junto com os outros fotógrafos, ele havia entrado em Misrata pelo mar, a partir de Benghazi. O filme Restrepo, dirigido em parceria com o cineasta Sebastian Junger, documenta um ano em uma base militar no Afeganistão. O título do documentário é uma homenagem ao soldado Juan Sebastián Restrepo, morto em combate. Com informações do New York Times e da AP [20/4/11].
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Atualização: Na noite de quarta-feira (horário do Brasil), André Liohn anunciou em seu perfil no Facebook a morte de Chris Hondros. O fotojornalista tinha 41 anos e desde a década de 90 cobria zonas de guerra – fotografou lugares como o Kosovo, Angola, Cisjordânia, Iraque e Afeganistão. Em 2005, Hondros recebeu a Medalha de Ouro Robert Capa pela coragem em seu trabalho no Iraque.