Os Repórteres Sem Fronteiras [27/8/04] condenaram o que chamaram de morte bárbara do jornalista freelancer Enzo Baldoni. De acordo com informações da rede de televisão árabe al Jazira e da agência de notícias italiana Ansa, o repórter italiano de 56 anos foi executado por seus seqüestradores na noite de 26/8. Baldoni trabalhava para o semanário independente Diario della Settimana.
O repórter desapareceu no dia 19/8. Menos de uma semana depois, um grupo que se denomina Exército Islâmico no Iraque assumiu a autoria do seqüestro e ameaçou a vida do jornalista caso a Itália não retirasse suas tropas do Iraque dentro de 24 horas. O país, que tem o terceiro maior contingente militar no Iraque, recusou-se a retirar as tropas para poupar a vida do jornalista. Uma nota publicada pelo escritório do primeiro ministro Silvio Berlusconi dizia que a Itália faria o possível para preservar a vida de Baldoni, mas que as tropas italianas permaneceriam no Iraque.
A morte de Baldoni reforça a preocupação dos Repórteres Sem Fronteiras com os jornalistas franceses Christian Chesnot e Georges Malbrunot de quem não se tem notícia há quase duas semanas. Como nenhum grupo assumiu a autoria do seqüestro, ainda existe a esperança de que a nacionalidade deles os ajude.
A família de Baldoni apelou por sua liberdade na emissora de TV italiana RAI UNO, num programa que também foi transmitido pela al Jazira. A mensagem falava de um ‘homem de paz’ que estava no Iraque por razões humanitárias.
Também a organização Repórteres Sem Fronteiras apelou para que o líder xiita Ali Sistani usasse sua autoridade para pôr fim na trágica série de seqüestros de jornalistas. Os RSF alegam que os mesmos são civis e ‘não devem, sob hipótese alguma, serem usados como objeto de barganha ou como meios para exercer pressão política’. Com informações da Reuters [27/8/04].