Mais de sete milhões de italianos assistiram à primeira aparição de Patrizia D’Addario na emissora de TV estatal RAI para revelar que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi sabia que ela era uma garota de programa paga para dormir com ele. Patrizia, de 42 anos, confirmou, no programa Annozero, ter tido relações sexuais com Berlusconi em sua casa em Roma. O programa registrou 29% da audiência no horário nobre e foi o episódio mais assistido em seus três anos de existência. ‘Berlusconi sabia que eu era uma prostituta. Eu tive a impressão de estar em um harém. Não era a única garota de programa lá’, contou.
Patrizia disse ainda ter visitado duas vezes a casa do premiê; na segunda vez, ela passou a noite. O empresário Gianluca Tarantini, que agiu como intermediador, havia contado aos promotores que apresentou as prostitutas como sendo suas amigas. Ele pagou 30 mulheres para participar de 18 festas de Berlusconi – que, segundo ele, não sabia que elas estavam sendo pagas. Tarantini foi preso em setembro, como parte de uma investigação sobre corrupção e prostituição. Berlusconi nega que tenha pagado a mulheres por sexo e disse que as acusações fazem parte de uma campanha midiática da oposição para desacreditá-lo.
No programa, Maurizio Belpietro, diretor do jornal conservador Libero, e Nicola Porro, vice-diretor do Il Giornale, de propriedade da família Berlusconi, perguntaram a Patrizia por que ela registrou com um gravador de áudio suas visitas à casa do primeiro-ministro. ‘Nunca quis chantagear ninguém’, defendeu-se. Ao ser questionada sobre como faz para sobreviver, agora, irritou-se. ‘Eu trabalho, você não vê? O que sugere, que eu saia do país?’. Informações de Flavia Krause-Jackson [Bloomberg, 2/10/09].