A regra conhecida como ‘não pergunte, não diga’ do Exército americano, estabelecida em 1993, evitava que homens e mulheres gays servissem abertamente nas Forças Armadas. Podiam até servir, mas não era permitido que se tocasse no assunto. O tabu, entretanto, parece ter chegado ao fim. No fim do ano passado, o presidente Barack Obama assinou uma nova lei que anula a regra.
As Forças Armadas agora trabalham para implementar a nova política, e uma data específica para a mudança ainda não foi marcada. Mas militares gays decidiram não esperar. Há pouco mais de uma semana, foi lançada uma rede social chamada Out Military, voltada aos homens e mulheres até então proibidos de revelar sua identidade sexual nas Forças Armadas.
Sem medo
Militares que já se registraram na rede dizem não temer perder o emprego. ‘Ela dá às pessoas uma plataforma social para se comunicar’, diz Kristin Orta, que serve na Guarda Nacional da Flórida. Já o veterano do Vietnã Bill Royal, que afirma ter sido vítima de abuso sexual quando estava no Exército, diz esperar que o site ajude outras pessoas que passaram pelo mesmo que ele. ‘Eu entrei, mais do que qualquer outra coisa, para que possa ajudar alguém’.
Criador do site, John McKinnon diz que o construiu para ajudar pessoas que estejam em busca de amigos ou de uma rede de apoio. Ainda que encoraje os militares a entrar no site, McKinnon acredita que ainda é preciso que se tome cuidado com as informações divulgadas nele. Na sua opinião, é prudente esperar até que a lei seja posta em prática. ‘O site pode ter sido feito um pouco cedo, mas não é cedo demais para se juntar a ele’, resume. Informações da Reuters [31/12/10].