O Google deve fechar – ‘com 99% de certeza’ – seu serviço de busca online na China depois que as negociações sobre censura com as autoridades do país chegaram a um impasse. O governo chinês indicou, no fim da semana passada, que não pretende comprometer seu controle sobre a internet para evitar a saída da companhia americana.
Dois meses atrás, o Google se irritou ao sofrer uma série de ciberataques vindos da China e, na ocasião, ameaçou parar de se curvar à censura imposta pelo governo sobre a internet. A companhia chegou ao país em 2006, após um acordo com as autoridades para que tópicos de pesquisa online considerados ‘sensíveis’ fossem barrados dos resultados.
Segundo o jornal Financial Times, uma pessoa ligada à empresa teria afirmado que, ainda que a decisão de deixar o país esteja próxima, é possível que o Google aja com cuidado para proteger os cerca de 700 funcionários locais de retaliações das autoridades.
A companhia deixou claro que procura meios de manter suas outras operações na China, como como um centro de pesquisa em Pequim e um serviço de venda de publicidade online. Executivos acreditam, entretanto, que o governo tornará praticamente impossível que isso aconteça. O ministro da Indústria de Tecnologia da Informação, Li Yizhong, afirmou na semana passada que, se o Google seguir o caminho para ‘violar as leis chinesas’, seria irresponsável e nada simpático, e a empresa teria que ‘suportar as consequências’. Com informações de Richard Waters e Kathrin Hille [Financial Times, 13/3/10].