A Google Inc., proprietária do maior sistema de buscas da internet, negou o pedido de repórteres para cobrir um julgamento de difamação e privacidade, em Milão, contra alguns de seus executivos. Jornalistas de diversos veículos de comunicação não puderam assistir a uma audiência na terça-feira (23/6) depois que os advogados do Google pediram ao juiz que o julgamento fosse fechado ao público. Quatro executivos da companhia californiana – David Drummond, vice-presidente sênior de desenvolvimento corporativo; o ex-chefe financeiro George Reyes; o gerente sênior de marketing Arvind Desikan; e o conselheiro de questões de privacidade Peter Fleischer – enfrentam processo por conta de um videoclipe postado no sítio Google Video em 2006. Estudantes de uma escola em Turim, na Itália, filmaram a si próprios maltratando um colega de classe deficiente e divulgaram a cena na rede. O Google diz que, após ser notificado, imediatamente removeu o vídeo da página e ajudou a polícia italiana a identificar os responsáveis por ele. A companhia alega que o caso não deveria ser levado ao tribunal, já que punir plataformas neutras por conteúdo de terceiros é um ataque direto a uma internet livre e aberta. O advogado de acusação Alfredo Robledo afirmou em entrevista que a atitude do Google em manter a imprensa afastada do julgamento é um ‘verdadeiro ataque à liberdade’. ‘A imprensa garante transparência e acesso à informação, o que é exatamente o que o Google tenta promover’. Em declaração, a empresa afirmou apenas que tenta resolver o caso o mais rápido possível. O julgamento foi adiado para o fim de setembro. Informações de Chiara Remondini e Elena Distaso [Bloomberg, 23/6/09].