O cineasta Michael Moore, crítico do presidente americano George W. Bush, é conhecido por suas polêmicas. Desta vez, ele está sendo investigado pelo Departamento do Tesouro dos EUA por ter levado, em março, para tratamento médico em Cuba, 10 bombeiros que trabalharam no resgate das vítimas do 11/9. O objetivo era gravar um trecho de seu documentário sobre o sistema de saúde americano, Sicko, que estréia no dia 19/5 no Festival de Cannes e no dia 29/6 nos cinemas dos EUA.
No início do mês, Moore foi notificado por carta pelo Departamento do Tesouro de que estava sendo investigado por possíveis violações ao embargo econômico dos EUA, em vigor desde 1962, que restringe viagens a Cuba. ‘Este Departamento não tem registro de que uma licença específica tenha sido emitida autorizando-lhe a se engajar em transações relacionadas a viagem, envolvendo Cuba’, escreveu Dale Thompson, chefe do Escritório do Controle de Bens Estrangeiros do Departamento do Tesouro.’Não tenho esperança de que Moore vai nos contar a verdade sobre Cuba ou o sistema de saúde. Eu defendo o direito dele de fazer o que faz, mas o talento de Moore para notícias inventadas já está muito bem documentado’.
O documentarista não quis comentar o caso, mas a produtora do filme, Meghan O´Hara, informou através de uma declaração que a investigação é uma tentativa do Departamento de evitar a divulgação do filme. ‘Nosso sistema de saúde está quebrado. Os bombeiros que trabalharam no resgate do 11/9 arriscaram a vida procurando por sobreviventes e acabaram tendo problemas de saúde com a poeira tóxica. Agora, muitos destes heróis não estão recebendo o tratamento médico que merecem’, alega. ‘Os esforços da administração Bush não vão nos impedir de mostrar ao povo americano o filme’. Depois de receber a carta, o cineasta guardou uma cópia de sua produção em um cofre fora do país, para evitar que o governo interfira nela. Informações de David Germain [AP, 10/5/07].