A mídia americana pode ter seus defeitos, mas ainda é a mais citada como exemplo de como os meios de comunicação podem contribuir para o fortalecimento da democracia. Assim, segundo a Fox News [1/2/05], é grande o interesse dos países em desenvolvimento em aprender como funciona a imprensa dos EUA; e diversas instituições promovem intercâmbios internacionais com esse objetivo. A InterNews Network, por exemplo, contrata jornalistas americanos para lecionar em países como Afeganistão, Paquistão e ex-repúblicas soviéticas. Desde 1982, treinou 32 mil profissionais de imprensa.
Quando se trata de jornalismo, no entanto, sempre é importante a questão da independência e, mesmo quando se trata de programas educativos na área, ela persiste. Há instituições que se recusam a receber financiamento do governo para a realização de suas atividades. ‘É um desejo da Knight Foundation mostrar independência’, explica Donatella Lorch, ex-correspondente estrangeira e diretora do programa Knight Fellowships, que aceita dinheiro apenas de doadores privados.
Mas há também quem não vê problema em ter apoio oficial. ‘Os jornalistas não recebem ordens da fonte financiadora’, afirma Dan Kubiske, presidente do comitê de jornalismo internacional da Society of Professional Journalists, mais importante entidade representante dos profissionais de imprensa americanos, que tem longa história de promoção de intercâmbios internacionais.
O Russian-American Journalism Institute, que viabiliza viagens de jornalistas dos EUA para a Rússia, e vice-versa, recebe dinheiro do programa Usaid, do Departamento de Estado americano. Mas, segundo seus organizadores, o governo não influi nas atividades da instituição. ‘Obviamente, não participaríamos se o Departamento de Estado tivesse algum tipo de controle sobre o jornalismo que é produzido’, diz Mitchell Stephens, professor de Jornalismo da Universidade de Nova York.