A China proibiu a operação no país de novos canais de TV por satélite controlados por empresas estrangeiras, até que as autoridades concluam a nova regulamentação do funcionamento dos canais já em operação, de acordo com um relatório divulgado pela agência oficial Xinhua na quarta-feira (3/8). A medida ampliaria a restrição governamental e adiaria por tempo indeterminado os planos da Disney e da Viacom de conseguirem uma licença para transmitir sua programação. Segundo analistas, esta restrição pode ser uma reação do governo à expansão acelerada da participação internacional na mídia local.
Entre os sistemas de comunicação de massa controlados por estrangeiros já em operação na China estão a News Corporation, do magnata Rupert Murdoch, e a MTV, da Viacom, que operam a partir de Guangdong. O Tom Group, controlado por Li Ka-shing, o mais rico empresário de Hong Kong, também tem uma rede de TV com base de em Guangdong, em parceria com a Time Warner. No continente, operam com direitos limitados, entre outras emissoras estrangeiras, a Time Warner/CNN, BBC e vários canais controlados pela Star TV, subsidiária da News Corp.
Empresas estrangeiras distribuem seu sinal na China através de um sistema de satélite nacional, possibilitando aos censores cortarem o sinal quando há temas sensíveis, como aconteceu com a cobertura da independência de Taiwan e do movimento espiritual de Falun Gong – visto como ameaça à estabilidade nacional.
O maior impacto da proibição de novas emissoras será sentido pela Disney, que solicitou uma licença de transmissão em 2003 e é uma das poucas empresas de mídia sem um canal no mercado chinês. A Viacom também solicitou uma licença em 2003 para o canal infantil Nickelodeon, e pode ser prejudicado pela nova medida.
Pequim começou a permitir novos empreendimentos em televisão no ano passado, retrocedendo apenas quando empresas estrangeiras se aproveitaram do relaxamento para criar novos canais. No mês passado, novas regulamentações foram criadas impedindo emissoras locais e regionais de colaborarem com empresas de mídia estrangeiras. Informações de Doug Young, da Reuters [3/8/05].