Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo americano insiste para que repórter revele fonte

O jornalista americano James Risen, acusado de divulgar em um livro informações vazadas ilegalmente, continua na batalha pela proteção da identidade de suas fontes. Dessa vez, o governo do presidente Barack Obama tenta dissuadir juízes de dar ao repórter, que trabalha no New York Times, uma última chance para evitar que tenha que revelar suas fontes em um julgamento criminal sobre um suposto vazamento de segredos de Estado.

O Departamento de Justiça abriu um argumento legal na corte de apelações afirmando que se opõe fortemente a qualquer consideração da petição de Risen. A tentativa de bloquear a discussão sobre o pedido do jornalista dá a impressão de que o governo está determinado a erradicar qualquer vazamento, não importando as implicações sobre a liberdade de imprensa no país.

Advogados de Risen alegam que a atitude do governo confronta as próprias regras do Departamento de Justiça, que atestam a necessidade de equilíbrio entre a perseguição de vazadores e a proteção do papel essencial de uma imprensa livre. Eles haviam pedido à corte para convocar uma sessão completa com os 15 membros para decidir se o jornalista deveria ser protegido pela Primeira Emenda, o que faria com que ele não tivesse que identificar a fonte a quem prometeu anonimato. No mês passado, um painel de três membros da mesma corte emitiu uma determinação na qual afirmava que repórteres não devem ter proteção para não revelar suas fontes em um julgamento criminal – o que faz com que Risen seja forçado a identificar sua fonte ou pode ser preso.

Sabotagem e perseguição

Risen cobre temas de segurança nacional para o New York Times, mas o caso em questão refere-se a conteúdo publicado no livro Estado de guerra (tradução livre), lançado por ele em 2006. O capítulo que o levou ao tribunal detalhava o que o jornalista alegava ser um esforço grosseiro da CIA para sabotar a pesquisa nuclear iraniana. Em maio de 2010, Risen foi intimado a revelar suas fontes. Em dezembro do mesmo ano, um ex-funcionário da CIA, Jeffrey Sterling, foi acusado, sob o Ato de Espionagem, de ser a fonte do jornalista.

Esse é um dos sete casos de vazamento de informações sigilosas levantados até agora pelo governo Obama, em um número duas vezes maior do que todos os presidentes anteriores juntos. O promotor Neil Macbride e sua equipe argumentam que Risen é a única testemunha dos crimes de vazamento dos quais Sterling é acusado.