O governo do Tajiquistão abriu diversos processos contra jornais do país, em uma tentativa, segundo críticos, de silenciar a imprensa antes das eleições realizadas no domingo [28/2]. ‘A mídia desempenha um papel crucial em manter uma sociedade estável ao divulgar a atividade do governo, expor injustiça e fornecer uma análise independente’, expressou a embaixada americana em declaração. ‘Os processos forçam estes jornais a interromper a circulação, o que é uma séria ameaça à imprensa no Tajiquistão’.
Os jornais Asia Plus, Ozodagon e Farazh estão sendo intimados a pagar US$ 1,2 milhão em danos por calúnia, por três juízes que alegam que foram acusados injustamente de receberam propina. Críticos dizem que os juízes fazem parte de uma campanha apoiada pelo governo de silenciar jornais críticos, diante das eleições parlamentares. Espera-se uma vitória do partido no poder, do presidente Emomali Rakhmon.
O Tajiquistão, país de maioria muçulmana que faz fronteira com o Afeganistão, tem um recorde extremamente negativo no que se refere à liberdade de imprensa, ocupando a 113ª posição de uma lista de 175 países do ranking da ONG Repórteres Sem Fronteiras. O governo cooperou com as operações militares americanas no Afeganistão, abrindo as estradas do país para tráfego de cargas não militares – atitude bem recebida pelos EUA. ‘Pedimos ao governo do Tajiquistão para garantir que o judiciário não seja usado como ferramenta para prejudicar a mídia independente ou para abafar a liberdade de expressão’, declarou a embaixada. Informações da AFP [24/2/10].