O governo chinês voltou atrás na decisão de instalar uma espécie de software antipornografia em todos os computadores vendidos no país. O anúncio do plano para ampliar o controle sobre o que os internautas acessam na rede havia gerado controvérsia e críticas de governos estrangeiros e fabricantes de computadores. A medida entraria em vigor no início de julho, mas foi suspensa por conta de atrasos na implantação do programa. Na ocasião, diante das críticas, o governo declarou que o filtro não tinha o objetivo de censurar a atividade dos internautas ou invadir sua privacidade, servindo apenas para proteger os jovens de conteúdo pornográfico e violento.
Esta semana, o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação, Li Yizhong, afirmou que a idéia divulgada pela mídia de que o software, batizado de Green Dam/Youth Escort, seria exigido em todos os novos computadores vendidos no país não era correta, tratando-se de um ‘mal entendido’. Segundo o ministro, o programa deverá ser usado por cibercafés, computadores em escolas e outros lugares públicos, mas computadores pessoais serão poupados. A grande maioria dos internautas chineses, entretanto, acessa a rede de locais públicos.
O governo da China já toma uma série de medidas para controlar o uso da internet. Sites como a rede social Facebook, a página de compartilhamento de fotos Flickr e o YouTube, de vídeos, além de outros, são por vezes bloqueados aos internautas chineses. Resultados de buscas sobre temas sensíveis, como as manifestações pró-democracia na Praça da Paz Celestial, em 1989, também são proibidos. Páginas com conteúdo político crítico às autoridades costumam ser censuradas. Informações de Michael Wines [The New York Times, 13/8/09].