AP [7/3/05] e The Times [9/3/05] informam que uma assembléia de funcionários do francês Le Monde aprovou a venda de parte das ações do jornal aos grupos Prisa e Lagardère. Cada uma dessas companhias investirá 25 milhões de euros em troca de uma fatia de 15% das ações. A Lagardère é uma companhia que tem origem no setor bélico e seu presidente, Arnaud Lagardère, se comprometeu a não influir na linha editorial do Le Monde. Já o grupo Prisa é o maior conglomerado de mídia da Espanha – cujo carro-chefe é o diário El País – e tem parceria com o jornal francês desde os anos 70.
O processo de abertura de capital por que passa agora o Le Monde é semelhante ao enfrentado pelos outros grandes jornais franceses. Em janeiro, os funcionários do esquerdista Libération, fundado pelo filósofo Jean-Paul Sartre, aprovaram vender 37% de seus papéis ao magnata Edouard de Rothschild. No ano passado, Serge Dassault, dono da companhia bélica que leva seu sobrenome, comprou uma fatia de ações que lhe garantiu o controle do conservador Le Figaro. Os jornais enfrentam problemas de caixa na França porque os sindicatos ali dificultaram o corte de gastos através de demissões, além de não estarem conseguindo renovar seu leitorado.