Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Hillary Clinton pede que empresas não apoiem censura

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, pediu a empresas de tecnologia americanas que não apoiem a censura na rede e afirmou que países que realizam ciberataques devem ser punidos. Em discurso no museu Newseum, dedicado ao jornalismo, em Washington, Hillary pediu à China para conduzir uma investigação transparente e cuidadosa sobre os recentes cibertaques ao Google e a outras empresas americanas.


Além da China, foram citadas Coreia do Norte, Tunísia e Uzbequistão como nações que restringem o ‘livre fluxo da informações’ ou que censuram a rede. O acesso a redes sociais no Vietnã também desapareceu, lembrou Hillary. No Egito, 30 blogueiros foram detidos e, na China, Arábia Saudita e Vietnã, a internet funciona como ‘uma ferramenta para silenciar pessoas’. ‘Somos a favor de uma internet única, onde a humanidade tenha igual acesso ao conhecimento e a ideias’, afirmou. ‘Alguns países, no entanto, ergueram barreiras eletrônicas que evitam que pessoas acessem partes das redes mundiais. Eles removem palavras, nomes e frases dos mecanismos de busca e violam a privacidade dos cidadãos que estão engajados em um discurso político não-violento’.


A secretária informou que os EUA apoiam o desenvolvimento de novas ferramentas que permitam que ‘cidadãos exerçam o seu direito de livre expressão’. ‘Espero que a recusa em apoiar a censura politicamente motivada seja uma característica das empresas de tecnologia americanas. Isto deve ser parte da marca do nosso país’, ressaltou. No mês que vem, o Departamento de Estado irá realizar um encontro com empresas que fornecem serviços de rede, para discutir a liberdade na internet.


Google, Microsoft, Yahoo! e Cisco estão entre as empresas acusadas por membros do Congresso americano de ajudar a construir a chamada ‘grande muralha virtual da China’. Recentemente, no entanto, o Google afirmou que não iria mais censurar sua ferramenta de busca no país, mesmo que para isso tenha que encerrar suas operações na China. A companhia se irritou após uma onda de ciberataques ao sistema de e-mails Gmail. O governo chinês defendeu seu direito de filtrar as informações disponíveis na rede e afirmou repetidas vezes que empresas estrangeiras devem que cooperar com as suas leis. Informações de Chris Lefkow [AFP, 21/1/10].