As tensões do governo do presidente venezuelano Hugo Chávez com a única emissora de oposição do país, a Globovisión, aumentaram com a compra de uma parcela minoritária do canal – o que dá ao presidente o direito de nomear um membro do conselho da TV.
Esta semana, o regulador bancário da Venezuela liquidou uma subsidiária do Banco Federal, Sindicato Avila, dando ao governo 20% das ações na Corpomedios GV Inversiones, que controla a Globovisión. Autoridades já haviam tomado o controle do Banco Federal no começo do ano, alegando problemas financeiros e irregularidades.
Em julho, Chávez anunciou que ações pertencentes a Nelson Mezerhane – ex-proprietário do Banco Federal – seriam tomadas pelo governo, para cobrir os depósitos dos clientes do banco. Mezerhane, que estava na Flórida quando seu banco foi tomado por reguladores, disse que não tem planos de voltar à Venezuela. Ele acusou o governo de retaliação política contra ele e a Globovisión, alegando que o banco estava financeiramente saudável, mas que o governo o havia pressionado e retirado depósitos de grande valor para tentar prejudicá-lo. Uma corte venezuelana emitiu uma ordem de prisão para Mezerhane e promotores o acusam de levar o dinheiro dos depósitos para fora do país.
O proprietário majoritário da Globovisión, Guillermo Zuloaga, deixou a Venezuela este ano depois de ter uma ordem de prisão emitida a ele e a um de seus filhos. Promotores querem que Zuloaga seja preso enquanto espera julgamento sob acusações de agiotagem e conspiração por manter guardados 24 veículos novos em sua casa. Proprietário de diversas revendedoras de veículos, ele afirma que as acusações são falsas e alega que os promotores agem sob ordens de Chávez. Informações de Fabiola Sanchez [AP, 7/12/10].