Assim como o eleitorado americano, a imprensa britânica mostrou-se bastante dividida quanto à reeleição de George W. Bush, na semana passada. O Sun, diário mais vendido na Grã-Bretanha, afirmou sem rodeios que os EUA fizeram a escolha correta. Segundo o tablóide, o resultado da votação foi uma ‘má notícia para terroristas em todo o mundo’. Em editorial, o Sun disse que ‘o mundo é hoje um lugar mais seguro com George Bush de volta ao Salão Oval’.
O Daily Telegraph seguiu nesta mesma linha, afirmando que a reeleição do republicano significa que os americanos mostraram que não podem ser intimidados pela Al Qaeda e outros grupos terroristas. ‘Eles (os eleitores) demonstraram de uma vez por todas que não há poder na Terra que possa intimidar uma nação livre’, publicou o jornal.
Em contraste absoluto à posição dos rivais, o Independent, de tendência liberal, estampou a manchete ‘Mais quatro anos’ – um dos lemas da campanha republicana – no centro de uma montagem de imagens como o abuso de detentos iraquianos, prisioneiros acorrentados na base americana em Guantánamo, em Cuba, e oleodutos.
O Daily Mirror foi ainda mais direto em sua posição. Em sua primeira página, colocou uma foto de Bush com a mensagem: ‘Como 59.017.382 pessoas podem ser tão BURRAS?’. O Guardian narrou em tom cômico como a ala liberal da Grã-Bretanha entrou em depressão com o resultado da eleição americana. Mas, em seu editorial, o jornal ressaltou que, independente de discordar das políticas de Bush, ninguém poderia reclamar sobre seu direito em executá-las, já que ele foi eleito pela população americana.
Diversas publicações apontaram como o resultado da eleição representou as diferenças culturais entre EUA e Grã-Bretanha. ‘A América está divergindo da Europa: é mais jovem, mais confiante, mais próspera, mais religiosa, mais diligente, mais democrática e, em resumo, mais conservadora’, afirmou o Daily Telegraph. Informações da AFP [4/11/04].