Seis anos após a invasão americana que levou à queda de Saddam Hussein do poder, a segurança do Iraque começou, esta semana, a voltar às mãos do Exército do país. As tropas dos EUA, sob o governo de Barack Obama, deram início ao processo de saída dos centros urbanos iraquianos. A imprensa do Iraque reagiu com ceticismo ao início da transição. Em artigos de opinião, alguns comentaristas se mostraram otimistas com a proximidade da independência, mas alertaram para novos desafios no setor de segurança, enquanto jornalistas sugeriram a existência de contradições nas atitudes iraquianas com relação à retirada. Outros colunistas disseram acreditar que a situação de segurança no país pioraria com a saída dos americanos; um deles acusou Washington de saber que o Iraque se tornará um verdadeiro inferno com o processo. O Al-Sharq Al-Awsat ressaltou que os maiores desafios para o Iraque, a partir de agora, são ataques da al-Qaeda, os distúrbios iranianos e os conflitos políticos internos – todos aspectos que podem ‘seriamente’ ameaçar a segurança nacional. Já o Al-Dustur afirmou que esta quarta-feira [1/7], dia do início da retirada das tropas, deve ser visto como um dia normal, ‘como qualquer outro’. ‘Os iraquianos já tomaram sua decisão quando assinaram o acordo. Eles continuam determinados a ganhar independência, então não têm escolha a não ser seguir adiante’. O Al-Mutamar, por outro lado, mostrou-se pessimista. ‘A recente escalada da violência pelo terrorismo serve de mensagem para o governo, de que a força atual do Iraque depende da presença dos EUA’, declarou. No editorial do Al-Sabah, foi dito que a saída dos EUA do país é, antes de uma manobra política, ‘uma demanda pública’. ‘A questão mais importante com que nos deparamos é se esta demanda surgiu por motivos nacionais ou veio de propaganda eleitoral. Uma análise lógica revela clara duplicidade nas posições dos blocos políticos’. Informações da BBC News [30/6/09].