Logo após a divulgação de que o homem morto pela Scotland Yard no metrô de Londres, na sexta-feira (23/7), era um brasileiro inocente, a imprensa britânica questionou o andamento das investigações dos ataques no sistema de transporte da capital britânica. Os editoriais falaram sobre a orientação da polícia para que agentes atirem para matar caso acreditem estar lidando com uma ameaça de um ataque suicida, segundo artigo da AFP [25/7/05].
Em editorial, o jornal The Guardian afirmou que ‘a confiança pública das comunidades étnicas na polícia, que é a chave para a identificação de terroristas, foi gravemente abalada’ e ainda afirmou que foi tola a declaração do ministro britânico de Relações Exteriores, Jack Straw, de que o assassinato de Jean Charles de Menezes não tenha prejudicado a imagem da polícia.
O Daily Telegraph refletiu sobre o crescimento da inquietação pública sobre a falha da polícia na perseguição massiva para capturar os suspeitos extremistas islâmicos que tentaram explodir três vagões de metrô e um ônibus na quinta-feira (21/7). ‘Nós temos suas imagens e das bombas que eles deixaram para trás gravadas nas câmeras de segurança do metrô. Nossos serviços de inteligência tiveram anos para se concentrar na infiltração dos grupos islâmicos… Mesmo assim, até o momento do fechamento desta edição, todos os quatro suspeitos parecem estar soltos’, escreveu o jornal, afirmando ainda que há questões preocupantes sobre o serviço de polícia: ‘Nós perguntamos se a Scotland Yard está tendo a liderança que merece’. O comissário-chefe da polícia britânica, Ian Blair, disse que a investigação está avançando rápido e se desculpou pela morte do brasileiro.