Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Insurgentes matam jornalista veterano

O jornalista Sheik Nur Mohamed Abkey foi sequestrado quando voltava do trabalho na Radio Mogadício e assassinado a tiros na noite de terça-feira [4/5], na cidade de Wardhigley, na Somália. Membros do grupo insurgente islâmico al-Shabaab telefonaram a jornalistas da estação de rádio para contar que haviam matado Abkey. Colegas acreditam que ele tenha sido assassinado por sua ligação com a rádio, que é financiada pelo governo. A maior parte das estações da capital, Mogadício, não reportou o crime por medo de represália.


Abkey, que tinha pouco mais de 60 anos, era pesquisador e ajudava no treinamento da equipe. ‘Ele era meu mentor, ensinou a todos nós, mas ao mesmo tempo era humilde e simpático’, afirmou ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) um repórter local, que não quis se identificar. Abkey já havia trabalhado como repórter para a extinta Agência de Notícias Nacional da Somália, além de diversos outros veículos do país, como a rádio HornAfrik e a Rede de Televisão Somali. Pessoas da Radio Mogadício dizem que haviam sugerido que ele morasse na estação por questões de segurança, mas ele insistia em continuar morando em uma área controlada por insurgentes.


Segundo Tom Rhodes, coordenador do programa do CPJ voltado à África, a Somália é o país mais perigoso do continente para jornalistas. O país enfrenta um conflito entre a insurgência al-Shabaab e o governo desde dezembro de 2006. Em abril, os insurgentes ordenaram a proibição dos serviços da BBC e de música em todas as regiões sob seu controle, que abrange áreas de Mogadício e grande parte do sul e centro da Somália.