O jornal iraniano Rozegar foi suspenso dois dias após seu lançamento, em 16/10, sendo alertado para não abordar temas políticos. No dia 21/10, o jornal voltou às bancas com as mudanças solicitadas, mas foi proibido de circular por se parecer com um outro diário iraniano censurado há um mês, o Shargh.
A ordem foi baseada em uma lei de imprensa que ‘proíbe imediatamente a publicação de um jornal que substitua, com nome, logo ou formato similares, outro já proibido’. O Shargh foi banido por ter publicado um cartum considerado por alguns como um insulto ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, noticia a AFP [23/10/06]. ‘Esperamos ser capazes de sermos publicados novamente, mas acredito que tentarão nos impedir’, desabafou Abdolreza Tajik, membro do conselho editorial do Rozegar.
O formato e a tipografia do Rozegar, com 24 páginas em cores, eram parecidos com o Shargh, que foi, por muito tempo, a principal publicação representativa da imprensa moderada iraniana. A equipe do novo título também era formada por ex-jornalistas do Shargh. ‘Rozegar se foi. Vamos tentar publicar o Shargh de novo’, afirmou Mohammad Etrianfar, um dos fundadores do jornal. ‘Os conservadores não toleraram o Rozegar e o fecharam com base em um pretexto absurdo. A continuação da proibição do Shargh tem a ver com as eleições locais em dezembro; eles [os conservadores] não querem que nós estejamos ativos nas eleições’.
De acordo com o Ministério da Cultura iraniano, a licença do jornal não permite a publicação de matérias sobre temas políticos. Sob a administração do ex-presidente Mohammad Khatami, foram lançados diversos jornais reformistas – fechados no governo atual.
Conteúdo não tolerado
Autoridades vietnamitas proibiram a revista especializada em economia Kinh Doanh Va San Pham de publicar um artigo sobre como homens podem melhorar sua performance sexual e consideravam retirar as credenciais de imprensa de seus repórteres e editores. Esta é a terceira publicação fechada pelo governo em uma semana, noticia a Associated Press [23/10/06]. ‘Eles devem escrever sobre economia, não sobre sexo’, declarou o Ministério da Cultura do Vietnã.
Na semana passada, o Ministério já havia suspendido os jornais Thoi Dai e Cong Ly por um mês, alegando que eles haviam publicado informações imprecisas sobre os problemas com a impressão de cédulas do novo banco emissor de papel-moeda do país. O governo nega que esteja havendo perseguição à mídia. ‘Este é o nosso trabalho normal. Estas organizações de imprensa violaram as leis de mídia’, afirmou o Ministério. Todos os veículos de mídia do país estão sob controle estatal.