Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornais começam a capitalizar seus arquivos

 

Desde que começou a se popularizar, no fim da década de 90, a internet significou um sinal de alerta para a mídia impressa: era preciso se modernizar. O papel perdeu leitores e, em seguida, anunciantes, e até hoje se discute qual será o futuro do jornal. Hoje, o veículo impresso tem que ter um site correspondente. Com o surgimento dos smartphones e tablets, tornou-se obrigatória a criação de aplicativos. Mas dá para inovar mais. Nos dois lados do Atlântico, os jornais estão apostando nos ebooks para aproveitar seu conteúdo – e ainda por cima ganhar dinheiro. 

O New York Times se aliou à empresa Vook para a publicação de materiais de arquivo como os relatos do genocídio em Ruanda e um livro de receitas de aspargos (cada um sai por 1,99 dólar). O jornal também entrou em acordo com a Byliner para publicar textos jornalísticos extensos, como o livro Here’s the Deal, do colunista David Leonhardt. A Byliner vendeu mais de um milhão de ebooks no ano passado, sinal de que o New York Times está apostando em um mercado em crescimento.

No Reino Unido, o jornal The Guardian oferece publicações ecléticas, desde um livro de resenhas sobre os Beatles, passando por escritos de Darwin e um guia para autopublicação (por pouco mais de três dólares cada) Uma nova competição pede que leitores enviem um artigo que pode ser recompensado com um acordo de publicação em ebook.

Outros títulos britânicos, como o Times e o Sunday Times, também entraram no mercado, oferecendo um livro de obituários, uma análise de 2012 e um livro de ganhadores de um concurso de contos. O jornal The Independent compilou artigos sobre a Argélia.

Para a jornalista Anna Baddeley, do Guardian, dada a riqueza de material que esses jornais possuem, a publicação de ebooks bem pensados pode ser uma boa forma de usar a internet a seu favor.