Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornal atacado no Bahrein, repórter expulso da Arábia Saudita

Homens armados invadiram o parque gráfico do jornal independente al-Wasat, na capital do Bahrein, Manama, na manhã de terça-feira (15/3), danificando a impressora e interrompendo a produção do diário. Segundo Mansour al-Jamri, editor-chefe do jornal, os funcionários também foram ameaçados. O diário entrou em contato com o Ministério do Interior, que enviou forças de segurança para o local. A edição de terça só conseguiu ser finalizada e distribuída porque outro jornal, o al-Ayam, concordou em imprimi-la.


Al-Jamri disse que alguns dos homens que atacaram o jornal ficaram do lado de fora do prédio em um esforço aparente de intimidação. Partidários do governo vêm ameaçando funcionários do al-Wasat nos últimos dias. Segundo al-Jamri, o jornal foi alvo por represália à cobertura das manifestações políticas no país.


O Comitê para a Proteção dos Jornalistas [15/3/11] condenou o ataque, ocorrido depois que contingentes militares da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos foram alistados para ajudar a conter os protestos no Bahrein, liderados pela maioria xiita. ‘Condenamos esta tentativa de censura por meio de violência e intimidação’, declarou o vice-diretor do CPJ, Robert Mahoney. ‘O governo do Bahrein é responsável pela segurança dos jornalistas e pela segurança física das instalações de mídia. As autoridades devem processar todos por trás do ataque ao al-Wasat’.


O rei Hamad Bin Isa al-Khalifa declarou estado de emergência por três meses. Na segunda-feira (14/3), cerca de mil sauditas e 500 tropas dos Emirados Árabes Unidos entraram no país, sob ordem do rei, o que deixou a situação ainda mais tensa.


Já na Arábia Saudita, o governo revogou a licença de trabalho do alemão Ulf Laessing, correspondente da Reuters em Riyadh. O governo alegou que a cobertura feita pelo repórter sobre um recente protesto no país foi imprecisa, mas não deu mais detalhes. Sem credencial de imprensa, ele teve de deixar a Arábia Saudita.