Mais um diário americano sucumbe à crise. O Seattle Post-Intelligencer, mais antigo jornal da cidade, publicou sua última edição impressa na terça-feira (17/3). A versão online continuará ativa, mas deverá contar com cerca de 20 funcionários – grande parte dos 165 membros da redação será demitida.
Ainda que o fim do Post-Intelligencer seja uma notícia relevante – é, até agora, o maior jornal americano a anunciar medidas tão drásticas –, o anúncio desta semana não foi surpresa. No início de janeiro, executivos da proprietária Hearst haviam dito que colocariam o jornal à venda por 60 dias. Caso um comprador não fosse encontrado neste período, ele teria que ser fechado.
Perdas
O diário foi fundado em 1863, e comprado pela Hearst em 1921. Segundo o executivo-chefe Frank Bennack e o presidente da divisão de jornais da empresa, Steven Swartz, ele não dava lucro desde 2000 e, só em 2008, perdeu US$ 14 milhões. Há pelo menos duas décadas, o Post-Intelligencer funcionava em uma operação conjunta – aprovada pelo Departamento de Justiça dos EUA em 1983 – com o Seattle Times, com o objetivo de reduzir os custos dos dois jornais. Eles mantinham redações separadas. O Times, maior, cuidava da publicidade, circulação e produção. Em troca, recebia parte da receita do Post-Intelligencer.
Em 2000, o Times deixou de ser publicado de tarde para competir diretamente com o Post-Intelligencer nas manhãs. Na ocasião, a circulação do diário caiu de 200 mil para 117 mil exemplares nos dias de semana. Hoje, o Times também enfrenta problemas financeiros. Executivos do jornal dizem que, enquanto a longo prazo o fechamento do Post-Intelligencer aumenta as chances de sobrevivência do rival, a curto prazo o encerramento da parceria o prejudica economicamente.
A Hearst possui 16 jornais, 29 emissoras de TV, duas estações de rádio e dezenas de revistas nos EUA. No mês passado, a companhia declarou que iria vender ou fechar o jornal San Francisco Chronicle se não conseguir cortar custos rapidamente. Informações do Guardian.co.uk [16/3/09].