A Associated Newspapers, editora do diário gratuito METRO, não gostou de ver uma cópia falsificada de sua publicação distribuída nas ruas de Londres – com o ‘o’ do logo substituído por um ‘zero’. Os advogados da editora abriram imediatamente uma ação legal contra os distribuidores do jornal falso: um grupo chamado PressAction, ligado ao Indymedia UK, que se descreve como uma ‘rede de ativistas e organizações de mídia independentes e alternativos, que oferece cobertura não corporativa de temas de importância social e política’.
A PressAction e o Indymedia UK alegaram que a publicação da edição falsa do METR0 fez parte de um protesto de dois dias contra preconceito racista e anti-imigrante na mídia de massa. Eles informaram que cerca de 50 pessoas vestindo camisas brancas com a logo METR0 distribuíram milhares de cópias do jornal em 20 estações de metrô de Londres. Na edição falsificada, foi publicada uma manchete que afirmava que o ex-primeiro-ministro Gordon Brown seria deportado para a Escócia, sua terra natal, pois o governo de coalizão havia criado novas regras de imigração. Uma foto manipulada mostrava Brown sendo preso por dois policiais em um festival de cerveja em Cambridge.
Para a Associated Newspapers, a cópia infringiu a marca da empresa. Durante audiência em um tribunal de Londres, o juiz Peter Smith afirmou ao conselheiro da Associated Newspaper, James Abrahams, que o episódio não teria um impacto grande, tendo em vista que não foram distribuídas cópias nas outras 32 cidades nas quais o METRO verdadeiro é distribuído.
A distribuição de jornais falsos não é algo novo. Uma versão com cunho ativista do gratuito suíço 20 Minuten foi entregue no Fórum Econômico Mundial. O sindicato trabalhista francês publicou uma edição falsa do Direct Matin durante uma greve. O americano New York Times e o holandês Volkskrant também já foram vítimas de edições forjadas. Informações de Roy Greenslade [The Guardian, 5/7/10].